Data do Artigo: 07/05/2020 | Link da Notícia: G1 SP | Escrito por: Por Lìvia Machado, Paula Paiva Paulo e Gabriela Gonçalves, G1 SP
'Momentos extremos exigem medidas extremas', disse o prefeito durante coletiva na manhã desta quinta (7). Medida valerá em toda a cidade, a partir de segunda (11), durante as 24h do dia, inclusive aos sábados e domingos.
A prefeitura de São Paulo vai limitar a circulação de carros na cidade por meio de um esquema de um rodízio ampliado e mais restritivo. A medida foi anunciada na manhã desta quinta-feira (7) pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). “Momentos extremos exigem medidas extremas”, afirmou Covas.
A partir de segunda-feira (11), carros com placas de final par só poderão rodar em dias da semana pares e veículos com final ímpar, nos dias ímpares. A medida vale para toda a cidade, não apenas o centro expandido, durante as 24 horas do dia, inclusive aos sábados e domingos.
Ou seja, no dia 11, quando a restrição entra em vigor, apenas carros com final ímpar poderão circular.
“Essa é uma medida necessária para que a gente evite ter que decretar o lockdown na cidade de São Paulo”, defendeu o prefeito durante coletiva de imprensa virtual.
O número de mortes pelo coronavírus continua aumentando e chegou a 1.910 na capital, com 23.187 casos. A taxa de isolamento social na cidade, única forma de prevenção contra a doença, por outro lado, continua em queda, com 47% de adesão, segundo último índice divulgado.
O número é considera abaixo da média mínima desejada para conter o avanço da pandemia e possibilitar medidas futuras de relaxamento da quarentena.
“Todas as ações que nós tomamos na cidade, desde fevereiro, fizeram com que a gente evitasse 30 mil mortes. É preciso lembrar que as ações fizeram com que a gente salvasse 30 mil vidas. Aa preservação da vida é o bem maior a ser tutelado pela prefeitura, e a razão pela qual a gente agora anuncia esse rodizio”, afirmou Bruno Covas.
Por conta da ampliação do rodízio, a prefeitura afirmou que irá ampliar a frota de ônibus na cidade.
“A partir de segunda-feira (11), teremos mil ônibus acrescentados na rede municipal de transporte e mais 600 que ficarão nos bolsões, para caso a SPTrans observe a necessidade, eles sejam incrementados”, disse Covas.
Segundo a prefeitura, a liberação da medida será concedida apenas a funcionários da área da saúde. Os demais trabalhadores de serviços essenciais deverão seguir as regras do novo rodízio.
Os profissionais de saúde terão até dez dias para acionar a prefeitura para que sejam cadastrados e liberados de multas. Quem já tinha a isenção anteriormente, como é o caso dos médicos, segue autorizado.
“Após esse prazo de dez dias, caso não aconteça o cadastro, aí sim, recebendo a notificação, criamos juntas específicas para analisar a questão. Havendo a comprovação, a multa será cancelada”, afirmou o secretário municipal de Transportes, Edson Caram.
Profissionais de saúde devem enviar a solicitação para: isencao.covid19@prefeitura.sp.gov.br. “Vamos tornar um canal aberto com todo esse pessoal da área médica para criar esse cadastro o mais rápido possível”, afirmou o secretário.
Na noite de terça (5), o prefeito Bruno Covas suspendeu as interdições no trânsito. A medida foi usada por dois dias como uma tentativa de elevar o índice de isolamento social na capital paulista.
“O bloqueio de avenidas não surtiu o efeito desejado, não adiantou para conter as pessoas dentro de casa. Razão pela qual a gente anuncia o retorno do rodizio na cidade. (…) Essa medida é necessária para que a gente possa continuar a restringir”, defendeu Covas durante a coletiva.
Após reclamações de profissionais dos serviços essenciais e complicações no trânsito, a gestão municipal decidiu manter apenas as intervenções pedagógicas com enfoque na prevenção da Covid-19.
Segundo CET, nesta quinta-feira (7), as ações ocorreram nas Avenidas Vital Brasil com Avenida Corifeu de Azevedo Marques; na Zona Oeste, e nas Avenidas Edgar Facó, esquina com Avenida Paula Ferreira, na Zona Norte.
Na Zona Norte, a ação gerou lentidão e afetou o trânsito da Marginal Tietê.
Os bloqueios parciais começam a partir das 7h e ocorrem até as 9h. Nesses pontos, agentes de saúde fazem exibições de mensagens aos motoristas, lembrando sobre as medidas essenciais para prevenir a disseminação da doença.
A suspensão das interdições aconteceu após muita reclamação de funcionários da saúde, que foram barrados nesses bloqueios criados pela administração municipal.
O episódio gerou a abertura de um inquérito civil público por parte do Ministério Público do estado de São Paulo para apurar a medida aditada pela gestão municipal.