
Data do Artigo: 01/10/2023
No Distrito Federal, serão eleitos 220 conselheiros e 440 suplentes, entre os 1.268 candidatos aptos a serem votados. De acordo com a Secretaria de Justiça do Distrito Federal, em 2019, 8% da população compareceu às urnas para eleger os conselheiros aptos a defender os direitos fundamentais de crianças e adolescentes.
“Um conselheiro tutelar tem que ser bastante consciente das necessidades das crianças, dos nossos jovens. E que não se guie por correntes políticas, mas aquilo que é de formação básica, porque precisamos disso. Não só de cidadania, mas também de conhecimento para os jovens que serão o futuro do nosso país. Eu acredito muito no poder revolucionário da educação”, destacou a consultora na área de educação Maridél Noronha.
Para o produtor cultural Maycon Romão de Sá Bezerra, um conselheiro competente tem que, primeiramente, conhecer a lei, como o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990. “Para poder dar o encaminhamento correto no atendimento a essas crianças e adolescentes que são vulneráveis. Tem que ter agilidade, tem que ter principalmente conhecimento da lei. Então, avaliei um nome e já vi com uma candidata escolhida. Através de grupos de WhatsApp, recebi algumas indicações”, contou.
Já a aposentada Maria da Conceição Carvalho Gonçalves afirmou que um bom conselheiro precisa acolher bem o público infantojuvenil. “Acho que um conselheiro tem que ter muito amor, principalmente, para acolher a criança, o adolescente, em todos os momentos em que eles precisam.”
A economista aposentada Eloá França Magalhães afirma que saiu para votar porque considera ser seu dever de cidadã. “Acho bem importante a gente votar no conselheiro tutelar com bastante consciência, sabendo, exatamente, em quem está votando para que as crianças e adolescentes sejam, de fato, protegidos. E respeitando as vulnerabilidades.”
O professor Paulo Jadson trabalha em uma unidade socioeducativa de internação provisória, no Distrito Federal, e se considera defensor dos direitos de crianças e adolescentes. “Crianças têm que estar na escola, com atividades pedagógicas. Criança precisa de ter a oportunidade de ter uma infância não sitiada, nem roubada, nem terceirizada. E o que a gente percebe como realidade é que a infância tem sido roubada.”
“Tenho uma visão de que o Conselho Tutelar não ser visto com um órgão só, mas como parte de um trabalho em rede, em conjunto, com o Judiciário, o Ministério Público, delegacias, órgãos de geração de renda, junto com a Secretaria de Assistência Social, com garantia de benefícios. Então, isso me fez sair de casa, dar o meu voto hoje”, refletiu o professor Paulo Jadson.
A assessora parlamentar e atriz Mirtes Escosteguy se indigna diante de vulnerabilidades vistas nas ruas da capital federal e afirma que elas não são restritas às classes sociais economicamente mais baixas. Por isso, a atriz acha importante votar. “Mesmo no Plano Piloto, mesmo em famílias de classe média e ricas, tem questões de violência infantil, de assédio, de descaso, de maus- tratos. Porque isso não é só na periferia, como, normalmente as pessoas costumam achar. Por isso, eu acho muito importante a gente ter gente representativa, gente com projeto, gente inteligente, qualificada para cuidar e saber dar o encaminhamento correto de cada caso.”
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha votou na manhã deste domingo. “O trabalho dos conselheiros tutelares é um trabalho que temos que dignificar, muito bem exercido, que protege nossas crianças e ajuda as famílias no encaminhamento de diversas demandas”, declarou.
O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania fará um balanço dos votos e da taxa de comparecimento às urnas, na noite deste domingo. Os resultados oficiais dos eleitos serão divulgados pelas prefeituras.