Os metroviários de São Paulo decidiram,
em assembleia que começou por volta de 18h30 desta segunda-feira (29), suspender a greve que estava prevista para começar nesta terça. “Nós aceitamos a proposta de paz, de suspender a greve, mas tem que ter uma nova negociação firmada até o dia 2”, afirmou o coordenador-geral dos metroviários, Alex Fernandes.
De acordo com ele, os trabalhadores farão uma nova proposta de negociação para apresentar ao TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região) e ao Metrô de São Paulo. Enquanto isso, uma nova assembleia foi marcada para o dia 6 de maio, na qual os metroviários irão decidir sobre uma possível greve no dia 7. “Até lá seguiremos mobilizados, usando coletes, pressionando [o Metrô], porque a empresa não aceitou nossa proposta ainda”, disse Fernandes.
Nesta tarde, o TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região) tentou uma conciliação entre trabalhadores e a Companhia, mediada pelo vice-presidente judicial, o desembargador Rafael Pugliese. A audiência, no entanto, não resultou em acordo.
O desembargador determinou pagamento de reajuste aos metroviários, com base no IPC (Índice de Preços ao Consumidor), da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a partir de maio. A multa diária em caso de descumprimento por parte da companhia é de R$ 300 mil.
O vice-presidente judicial determinou, ainda, que o Metrô se abstenha de punir os grevistas por uso de coletes e adesivos sobre a paralisação. Em contrapartida, ao menos 70% dos metroviários devem trabalhar nos horários de pico (das 7h às 19 e das 17h às 19h) e pelo menos 50% devem comparecer ao trabalho nos demais horários nesta terça-feira (30). A multa em caso de descumprimento é de R$ 200 mil.
Greve foi votada no dia 25
A categoria havia decidido pela paralisação nesta terça em
votação realizada na última quinta (25), após o Metrô apresentar propostas que foram rejeitadas pelos trabalhadores.
Os cerca de 8.500 empregados reivindicam reajuste salarial de 4,32%, mais 19,1% de aumento real por produtividade, o mesmo percentual para o vale-refeição, que hoje é de R$ 850, e reajuste do vale- alimentação de R$ 368,72 para R$ 726,81.
A companhia não aceitou parte das reivindicações, como o aumento salarial acima da inflação e nem a equiparação dos salários de funcionários promovidos.
Os servidores ainda afirmam que o Metrô não quer custear o plano de saúde dos funcionários.
Segundo o sindicato, o Metrô ofereceu reajuste dos salários com base no IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, que deverá ser fixado em torno de 5%.
A categoria também quer negociar a participação nos resultados.
Metrô vai à Justiça contra paralisação
Em nota, o Metrô lamentou a decisão do sindicato, que rejeitou “a proposta de reajuste salarial e decretou a greve sem considerar os impactos para a população de São Paulo, que será privada do direito ao transporte, elemento essencial para o bom funcionamento da cidade”.
A companhia informou ainda que o canal de comunicação continua aberto e que entrou com dissídio coletivo de greve, com pedido de liminar no TRT, para garantir o serviço de transporte aos passageiros.