Data do Artigo: 11/06/2020 | Link da Notícia: G1 São Paulo | Escrito por: Por Tatiana Santiago, G1 SP — São Paulo
No primeiro dia de funcionamento pós quarentena, locais exigiam uso de máscaras e aferiam a temperatura dos clientes. Ruas do Brás tiveram aglomerações e congestionamento.
No primeiro dia de funcionamento dos shoppings populares de São Paulo, as tradicionais ruas de comércio do Brás amanheceram lotadas em plena pandemia do coronavírus. Os shoppings abriram às 6h e podem funcionar até as 10h.
Com regras rígidas para funcionamento, os shoppings não conseguiram manter o controle de fluxo de clientes, cuja lotação máxima deve ser de 20%, e nem distanciamento entre as pessoas.
Na Rua Tiers, que reúne vários shoppings populares, era possível ver cartazes que indicavam o uso obrigatório de máscaras e de álcool em gel.
Faixas de isolamento fechavam as entradas dos shoppings que estavam com um único acesso liberado. Nas entradas, seguranças paravam todos os clientes para aferir a temperatura, conforme a determinação da Vigilância Sanitária.
No Shopping Canindé, apesar da entrada só ser liberada após a checagem da temperatura e com uso de máscaras, não havia nenhum controle de acesso de pessoas e os clientes se amontoavam nas poucas lojas que estavam abertas. “Por enquanto, não me passaram nada sobre o controle de acesso”, disse um segurança.
No Shopping Valtier, os boxes que ficam lado a lado estavam marcados com desenhos de bola e triângulo.
“Estamos alternando, cada dia vem um lojista para não ficarmos lado a lado”, contou um vendedor. Apesar do controle dos lojistas, havia grande aglomeração de pessoas que se espremiam nos corredores apertados do estabelecimento.
Já o Shopping Porto, na mesma rua, era o único que não foi visto um grande número de pessoas e o distanciamento de 1,5 metro era cumprido. Uma das razões possíveis para os corredores vazios era o grande número de lojas fechadas.
“Muita gente fechou as portas durante a pandemia e não vai mais abrir porque não teve como pagar as contas e o aluguel nos meses em que ficamos fechados”, disse um comerciante que preferiu não se identificar. Apesar disso, também não tinha controle do número de clientes que acessavam o estabelecimento.
A reportagem não conseguiu localizar fiscais da prefeitura fiscalizando os locais.
Por volta das 5h30, as ruas do Brás, tradicional centro de comércio popular de São Paulo, já estavam lotadas.
Com grande quantidade de veículos, as ruas registravam trânsito e um trajeto de apenas 300 metros era feito em mais de dez minutos. Quem conseguia achar uma vaga para estacionar o carro tirava a sorte grande.
Em plena pandemia do coronavírus, em que a cidade de São Paulo registrou o maior número de mortos por dois dias seguidos, o clima mas ruas do Brás era de aparente normalidade com vias tomadas por ambulantes lado a lado. A única diferença era o uso de máscaras.
A revendedora Thais da Silva, de 25 anos, passou a manhã no Brás e disse não estar preocupada com o risco de contaminação pela Covid-19. “Não tenho medo de pegar”, disse ela.
A movimentação vista no fim da madrugada e início de manhã desta quinta podia ser comparada ao fim do ano. Era possível ver filas na entrada de muitos shoppings.
O shoppings da capital paulista foram liberados para reabrir a partir de quinta-feira (11) após mais de 80 dias fechados, entretanto, terão que cumprir novas regras de funcionamento devido a pandemia de coronavírus.
Com o objetivo de manter o distanciamento social, o protocolo que estabelece as regras do setor determina que os shoppings poderão atender apenas 20% de sua capacidade habitual e funcionarão 4 horas por dia, das 6h às 10h ou das 16h às 20h.
O documento também recomenda ainda que os shoppings orientem os clientes a fazerem suas compras sem acompanhantes para evitar aglomeração.
Ainda, de acordo com o protocolo, festas de reabertura não são permitidas.
Os cinemas, entretenimento, atividades para crianças, salões de beleza e academias permanecem fechados.
No caso dos restaurantes, a praça de alimentação não reabrirá, entretanto, os estabelecimentos poderão funcionar pelo sistema de delivery ou retirada.
Os shopping deverão orientar filas e demarcar o piso para que os clientes mantenham uma distância de 1,5 metro, além disso, nas passagens de grande fluxo recomenda-se que seja colocada uma sinalização para que os consumidores passem pelo local em um fluxo único. A quantidade de pessoas nos elevadores também será limitada.
Os shoppings também deverão controlar o fluxo de acesso aos sanitários para que não haja aglomeração em filas. Além disso, as áreas do estacionamento serão reduzidas e as entradas e saídas serão ajustadas para coordenar o fluxo. O serviço de valet se manterá suspenso.
Além de evitar a aglomeração de pessoas, o protocolo também estabelece outras medidas de combate ao coronavírus, como o uso obrigatório de máscaras por funcionários e clientes, a disponibilização de álcool em gel 70% em local visível e de fácil acesso e a aferição de temperatura. Sempre que possível, portas permanecerão abertas para evitar o manuseio de fechaduras e privilegiar a ventilação natural.
O documento ainda determina que alguns colaboradores estão impedidos de retornar as suas atividades, são eles: pertencentes ao grupo de risco; ou que tiveram contato com pacientes infectados ou com suspeita do Covid-19 nos últimos 7 dias; ou que tenham sintomas sugestivos de estarem contaminados pela doença.
Caso o empregado possua filhos incapazes e que, para cumprir o expediente, dependa do funcionamento de creches ou escolas que ainda não tenham retomado as atividades, o protocolo estabelece que o empregador deverá entrar em acordo com o funcionário para encontrar uma alternativa viável.