Quinto debate na TV reúne 8 candidatos a presidente; saiba o que eles disseram

Oito candidatos a presidente da República participaram na noite desta quarta-feira (26) de um debate no SBT promovido pela emissora, pelo jornal “Folha de S.Paulo” e pelo portal UOL. O debate reuniu Alvaro Dias (Pode), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede) – veja mais abaixo o que os candidatos disseram. Primeiro debate (TV Band) Segundo debate (Rede TV!) Terceiro debate (TV Gazeta) Quarto debate (TV Aparecida) Antes de o debate começar, o mediador Carlos Nascimento informou que Jair Bolsonaro (PSL) foi convidado, mas não compareceu porque está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Em 6 de setembro, o candidato levou uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). O debate desta quarta-feira foi divido em três blocos: 1º bloco: Candidatos fizeram perguntas entre si; 2º bloco: Candidatos responderam a perguntas de jornalistas; 3º bloco: Candidatos fizeram perguntas entre si e apresentaram as considerações finais. Respostas Confira abaixo as respostas dadas pelos candidatos: Observação: A ordem dos candidatos abaixo segue a ordem de respostas dadas no primeiro bloco do debate.

GERALDO ALCKMIN (PSDB)

Educação: “Dizer três coisas. Primeiro, São Paulo cresceu no Ideb no primeiro ciclo, cresceu no Ideb no segundo ciclo, perdeu 0,1 no Ensino Médio, mas o nossos melhores alunos que fazem o vestibulinho estão no Paula Souza. Estão o Inep e o MEC deveriam, na próxima prova, permitir que eles também pudessem ser avaliados. São Paulo tem a melhor rede de ensino técnico e tecnológico da América Latina, as Etecs e Fatecs, as melhores universidades do país. Nós não fechamos nenhuma escola. Nós tínhamos cinco milhões de alunos, hoje temos 3,8 milhões de alunos, há uma mudança demográfica. Então tem lugar que falta escolas que nós construímos e construímos em grande quantidade, e tem lugar que a escola não tem aluno, nós precisamos aproveitar esse prédio para a pré-escola, para a Emei, onde faltam vagas. Então uma visão corporativa, como sempre, distante do interesse pública. É meu dever aproveitar bem os recursos públicos.” Eventual desistência da candidatura: “Olha, o presidente Fernando Henrique fez um documento não dirigido aos partidos nem às pessoas, mas ao eleitorado, dizendo: ‘precisamos evitar a marcha da insensatez’. De um lado, a volta do PT, que levou o país a 13 milhões de desempregados, com uma irresponsabilidade na questão das contas púbicas, [com] o projeto de poder só de ganhar a eleição, o Brasil é secundário. Então, evitar que o PT volte ao poder. De outro lado, evitar também a insensatez de um candidato que não tem as menores condições, que representa o que há de mais atrasado na política brasileira, com uma intolerância num país tão plural como é o Brasil. É natural que as demais candidaturas são legítimas, nós jamais criaríamos esse constrangimento, mas acho que o eleitor vai nessa reta final, nesses 10 dias, fazer uma reflexão e nós estamos otimistas.” Infraestrutura de transporte: “Olha, São Paulo é o estado que mais investe hoje no Brasil. Nós pegamos o metrô com 69 quilômetros e vai terminar o ano com praticamente 100 quilômetros de metrô. Nestes próximos dias, estão sendo inauguradas mais três estações da linha 5 do metrô. Estação Chácara Clabin, estação Santa Cruz e estação Hospital São Paulo. Ainda teremos ainda outras estações a serem entregues daqui a algumas semanas, como a estação Morumbi para o time lá, o time do São Paulo Futebol Clube. Levamos o trem até Cumbica, teremos o monotrilho até Congonhas. Nós estamos ampliando fortemente a rede de transporte sobre trilhos. Tenho viajado o Brasil e tenho um grande projeto para infraestrutura que é emprego na veia. Tive lá no Norte, no Pará, fui até o porto de Miritituba, é um escândalo a BR-163, carretas ficam atoladas quando chove, não conseguem chegar ao porto, vamos concluir a BR-163, vamos melhorar o chamado Arco Norte para poder fazer as saídas para o Rio Tapajós, também pelo Tocantins, e poder exportar os produtos brasileiros.” Considerações finais: “Quero agradecer a você que ficou conosco ao longo deste debate. Trazer uma palavra à família brasileira. O Brasil ficou um país caro, olha o preço do combustível, do gás, da energia elétrica, o emprego sumiu, 13 milhões de desempregados, não tem investimento. O Brasil tem pressa e não pode errar de novo. Nem o PT voltar, que é o responsável por tudo isso, nem o candidato da discriminação, o que vai levar a não ser à violência, e mais da metade da população está dizendo que não quer um nem outro. Nós precisamos agora de uma grande reflexão. O Brasil tem tudo para se recuperar. O mundo está crescendo bastante, gerando emprego, tem muito recurso, trazer investimento, o jovem ter oportunidade, reduzir o ‘custo-Brasil’ para a família viver melhor. Por isso, com humildade, peço seu voto e seu apoio.”

FERNANDO HADDAD (PT)

Desenvolvimento regional: “Queria dizer que talvez em tenha sido, dos ministros do governo Lula e você participou do governo Lula, o ministro que mais andou pelo país por uma razão: eu levei universidades federais para 126 municípios do país, que não tinham oportunidade educacional; levei institutos federais, os chamados IF ou IFES, para 214 cidades do país. A quantidade de creches que nós construímos pelo pró-infância, uma coisa extraordinária por todo país. Eu entreguei praticamente 1,5 mil unidades no país. Fora ônibus escolar para a população rural que andava de pau-de-arara, banda larga para todas as escolas urbanas, de maneira que eu rodei o país com o presidente Lula e conheço o Brasil. Nós fizemos um inventário agora das obras paradas. Tem 2,8 mil obras paradas no país. Em geral, de logística, ou seja, para baratear o custo da produção. São estradas de ferro, estradas de rodagem, linhas de transmissão, energia renovável. E nós vamos retomar essas obras para o desenvolvimento acelerar”. Visitas a Lula: “Em primeiro lugar, eu sou, com muita honra, advogado do presidente Lula e vou às segundas-feiras porque ele está injustamente preso, a sentença que o condenou não para de pé, não apresentaram uma única prova contra ele e eu não vou descansar enquanto ele não tiver um julgamento justo, inclusive no exterior, porque na Organização das Nações Unidas, na ONU, já se prevê um julgamento no primeiro semestre do ano que vem de mérito do seu caso pela perseguição que ele vem sofrendo. Em segundo lugar, não é assim que funciona um governo. Um governo é composto por várias forças políticas que assinam um compromisso com o programa aprovado nas urnas. Acabo de ver o Ciro Gomes dizer que não pretende governar com o PT, mas poucos meses atrás me convidava para vice-presidente na sua chapa, e chamava essa chapa de ‘dream team’, o time dos sonhos. Então não é assim que se faz política, demonizando quem não está junto com você circunstancialmente.” Impostos: “O que nós fizemos foi muito importante para o Brasil. No Orçamento Federal, o pobre não se via. Todos esses programas sociais que você conhece: Minha Casa, Minha Vida, Luz Para Todos, a transposição do Rio São Francisco, todos esses programas, Prouni, interiorização das universidades federais, institutos federais, Mais Médicos, tudo isso que mudou a realidade brasileira saiu do Orçamento Federal. Ou seja, a população mais pobre se viu no Orçamento. Nós temos agora uma nova tarefa, que é trabalhar o lado da receita. No Brasil, o pobre paga muito imposto. E o rico, praticamente, não paga. Quem recebe dividendo, porque é empresário, não paga impostos. Isso, da época do governo Fernando Henrique Cardoso. Nós vamos inverter essa lógica. É difícil porque o Congresso resiste. Mas, neste momento de crise, nós não temos outra chance que não [seja] melhorar a renda disponível da classe trabalhadora para que ela possa consumir mais e fazer a roda da economia girar. E, em segundo lugar, a reforma bancária, tema no qual você [Alvaro Dias] não toca. Talvez por compromissos anteriores.” Considerações finais: “Brasileiros e brasileiras, um prazer estar aqui neste debate. Quero dizer que meu governo será pautado por um princípio. O princípio de ampliar as oportunidades, e isso se faz de duas maneiras. Ampliando oportunidade de emprego, trabalho, e ampliando a oportunidade de educação. Com trabalho e educação, nós sairemos da crise de qualquer crise, porque a pessoa que tem uma dessas duas coisas tem um caminho pela frente. E nós provamos que isso é possível ao longo do período de 12 anos de estabilidade democrática e que o resultado da urna era respeitado, nós geramos 20 milhões de postos de trabalho. Quase triplicamos o número de brasileiros e brasileiras nas universidades, jovens pobres que não teriam a menor condição de estudar. E nós vamos fazer o Brasil voltar a ser feliz de novo com essas duas palavras mágicas: trabalho e educação. Vote 13.”

CIRO GOMES (PDT)

Saúde: “O Brasil precisa de um projeto nacional de desenvolvimento e nós avançamos muito. Somos a economia que mais cresceu do pós-guerra aos anos 1980. De lá para cá, as coisas estão descambando. O Brasil perdeu seu parque industrial de forma muito extensa e o Brasil anunciou na Constituição de 1988 uma profunda mudança institucional que não está sendo cumprida. Na saúde, o que eu acho que nós precisamos fazer? Revogar a Emenda 95, aquela que proíbe a expansão de investimentos em saúde, em educação e segurança. Mas também em infraestrutura e todas as outras tarefas públicas para deixar livre o dinheiro da banqueirada, que é quem de fato está mandando na política brasileira. De outro lado, precisamos incrementar gestão e eficiência. Estou pensando em criar um fundo nacional de premiação das unidades de saúde e postos de saúde que atingirem as metas antecipadamente anunciadas: satisfação do usuário, prevenção da diabetes, hipertensão e prevenção da mortalidade materna e infantil. Podemos até dar o 15º salário para os profisisonais que derem resposta. E um conjunto de policlínicas e consultas com especialistas.” Participação de mulheres no governo: “Se eu ganhar as eleições, vou compor meu governo assim como compus os governos que já dirigi. Fui prefeito de Fortaleza, fui governador do Ceará, quinta maior cidade e oitavo maior estado brasileiros, e o que eu fiz foi buscar metade dos meus auxiliares, e pretendo fazer isso como presidente, serem mulheres. Quero que todos tenham excelência técnica e todos tenham compromisso com a decência. Assinarão um termo de comprometimento com um conjunto de códigos de regras e comportamentos, que já foram replicados nos meus governos. E quero que eles tenham adensamento político, não digo necessariamente partidário, mas político.” Participação do PT no governo: “Francamente, se puder governar sem o PT, eu prefiro, porque neste momento o PT representa uma coisa muito grave para o país, menos pelos benefícios, que não foram poucos que produziu, mas porque transformou-se numa estrutura de poder odienta, que acabou criando o Bolsonaro, essa aberração. E esse conflito entre os dois vai levar nosso país para o fundo do poço”. Considerações finais: “Agradecendo a todos aos ilustres opositores, ao SBT. Me dirijo a você, meu irmão, minha irmã, brasileiros, ou que não se decidiram ou que estão decidindo seu voto contra um candidato ou contra um partido. Se você é eleitor do Bolsonaro porque é contra o PT, desculpa! Nós não podemos concordar com isso, embora você que mande. Se você é eleitor do PT porque não quer votar no Bolsonaro, desculpa! Tenho profundo respeito por isso, mas por que digo isso, me arriscando a ser mal entendido? É porque o Brasil não aguenta mais essa polarização, esse enfrentamento de um lado contra o outro acaba produzindo esse resultado que estamos assistindo desde 2014. Garotos se agredindo na internet, famílias se dividindo. Eu quero propor a você: tenho ficha limpa, tenho boas ideias, tenho experiência, conheço bem o Brasil. Que você me dê uma chance. Todas as pesquisas mostram que eu ganho do Haddad e ganho do Bolsonaro no segundo turno. Mas, para isso, preciso estar no segundo turno. E, para isso, peço seu voto para o número 12”.

ALVARO DIAS (PODEMOS)

Emprego: “Nos últimos anos, os governos diziam que estavam gerando empregos, há alguém que diz que gerou mais de 10 milhões de empregos. Quando o mundo estava em céu de brigadeiro, crescendo muito, o Brasil só crescia mais que o Haiti, e diziam que nós estávamos vivendo o espetáculo do crescimento. Na verdade, ficaram devendo muito, enganaram o povo brasileiro. Para gerar empregos, é preciso primeiro romper com esse sistema perverso, esse sistema do balcão de negócios, do aparelhamento do Estado, que esgota a capacidade financeira, que coloca no governo gente incompetente, incapaz de propor qualquer reforma, de promover qualquer reforma. É evidente que nós temos que fazer uma reforma tributária inteligente, que enxugue esse modelo, que reduza o número de tributos. É evidente que nós temos que desburocratizar, oferecer uma regulação competente, segurança jurídica, combater a corrupção para atrair os investimentos que foram expulsos pela corrupção no nosso país. Assim geraremos empregos e cresceremos.” Apoio no segundo turno: “Bom, primeiro eu tenho a esperança que essa eleição seja para escolher o melhor, o eleitor escolha o melhor, mas seja sobretudo um estímulo à honestidade, à competência, à experiência administrativa. Porque ao ouvir aqueles que já passaram pelo governo, ou que apoiaram os últimos governos, eu fico espantado com o que ouço. Fazem mágicas para justificar determinadas atitudes como fez há pouco que me respondeu. Portanto, eu acredito no despertar do povo brasileiro. Não é possível que essa nação queria ver esse confronto entre a extrema esquerda e a extrema direita, dispensando a experiência administrativa, a competência, dispensando a honestidade daqueles que se empenharam para cumprir a sua missão atendendo exatamente às exigências da sociedade brasileira. Eu tenho esperança.” Propostas para as mulheres: “De 70 milhões de lares brasileiros, 30 milhões de lares são comandados, são liderados por mulheres. Nós temos que ter uma pauta em que a mulher seja protagonista no campo econômico e uma pauta de participação política, abrir os espaços para a participação política da mulher. Há no governo uma Secretaria da Mulher. É preciso um choque de gestão nessa secretaria para que as políticas públicas voltadas à mulher sejam exercitadas com eficiência e comandadas por mulheres. Na área da cultura, por exemplo, a criatividade artística da mulher tem que ganhar visibilidade. Mas a mulher simples, a mulher humilde, a mãe, ela tem que ser tratada com o carinho que o governo deve a ela devotar, com investimentos maciços, especialmente em educação infantil. Desde o pré-parto a mulher tem que ser atendida com saúde de qualidade, segurança, creche para as crianças, enfim um investimento vigoroso na faixa etária de 0 a 6 anos para que a mulher seja uma mãe feliz.” Considerações finais: “Eu havia solicitado direito de resposta para explicar que fui realmente do PSDB, apoiei o governo durante 7 meses. Mas fui expulso porque apoiei a instalação de uma CPI para investigar a corrupção. Sempre fui contestador, sempre fui inquieto, irrequieto, desconfortável, sempre combati esse sistema corrupto, e estou agora nesta campanha na tentativa de impedir que volte uma organização criminosa. Quando falei em rastro de sangue, porque, como senador, investiguei e ouvi os áudios de autoridades brasileiras orientando testemunhas para impedir a elucidação de vários crimes que tiveram origem na morte do prefeito de Santo André Celso Daniel, cujos irmãos tiveram que fugir do Brasil com medo da morte. É preciso impedir a volta da organização criminosa. E, ao dizer boa noite a todos, quero dizer que vou agora a Itaquera ver Corinthians e Flamengo. Boa noite.”

HENRIQUE MEIRELLES (MDB)

Financiamento e BNDES: “Em primeiro lugar, eu quero agradecer o SBT, não só pelo debate, mas pelo horário do debate e que permite a todos assistirem e acompanhar mesmo quem não tem condições de assistir o debate mais tarde por razões de ter que levantar muito cedo. Eu gostaria de dizer que enfrentei o problema dos empréstimos do Tesouro ao BNDES de frente, ao contrário de muita gente que só conversa. Eu, como ministro da Fazenda, nós tomamos, como primeira medida, cobrar do BNDES R$ 100 bilhões que foram devolvidos ao Tesouro Nacional, dos R$ 500 bilhões que tinham sido emprestados pelo governo anterior. E, a partir daí, fomos em frente. Agora, um dos problemas dessa eleição é exatamente isso: ficam todos fugindo das propostas objetivas e fica-se discutindo coisas que são importantes, mas que deveriam ser periferais.” Reforma da Previdência: “O Brasil vive uma situação de injustiça social. Aqueles que se aposentam mais cedo são aqueles que ganham mais. E isso é escondido da população. Aqueles que ganham menos eles têm que chegar aos 65 anos de idade para se aposentar. Então existe uma questão aqui de dizer a verdade e isto é uma proposta que interessa ao povo brasileiro para estabelecer a justiça e para garantir que todos vão receber a aposentadoria no futuro. Por quê? Porque a minha proposta é uma proposta de resolver os problemas básicos do Brasil estabelecendo um sistema mais justo para todos e, ao mesmo tempo, fazer o Brasil crescer para que nós possamos de fato criar empregos e empregar a população. Para que, depois, todos possam também ter uma aposentadoria digna. Mas até lá possam trabalhar e ganhar a vida com dignidade.” Educação: “A minha política é baseada na competência. Tudo aquilo a que você [Haddad] se referiu, que você fez, foi possível porque o Brasil aumentou arrecadação e teve condições de criar os programas. Vou conduzir uma política econômica correta e o Brasil vai crescer muito, vai criar 10 milhões de empregos. E vamos fazer mais. Vamos poder, sim, criar mais universidades e melhorar a qualidade das universidades e a qualidade do ensino porque isso é um dos problemas que hoje os estudantes enfrentam quando saem do ensino médio ou do ensino profisisonalizante ou da universidade. Vamos aumentar a qualidade e investir fortemente, melhorando a qualidade dos professores e demanda de desempenho. É importante que o estudante exerça o direito de aprender. Não apenas o direito de passar de ano. Sobre o ProUni, vamos estender para creches para que pais e mães possam trabalhar, deixando as crianças nas creches”. Considerações finais: “Boa noite a todos, obrigado pela atenção. O que nós vimos aqui hoje foi um ringue e um show. Todos brigando contra todos, mas ninguém brigando pelo que de fato interessa a você. A minha briga é por emprego, renda e dignidade para você. Isto se conquista com trabalha, isto se conquista com um candidato eleito presidente da República que tem competência, já mostrou resultado, como eu mostrei, mostrei que sei criar empregos, e que seja alguém honesto e que tenha uma vida limpa. Alguém de confiança. Quando você vai escolher alguém para deixar o seu filho, você escolhe alguém de confiança. A confiança é a base de tudo. Por isso, eu te digo. No dia 7, chame o Meirelles e vote 15.”

GUILHERME BOULOS (PSOL)

Combate à desigualdade: “Nós temos que retomar o investimento público. Quando o governo investe em saúde, educação, moradia, saneamento básico, em todas as áreas, isso gera emprego, e melhora a vida das pessoas. E o problema do Brasil, ao contrário do que diz o Temer e a sua turma, não é falta de dinheiro. Dinheiro tem, é que está mal distribuído e não chega onde tem que chegar. Tem que ter coragem de enfrentar esse sistema de privilégios. Dinheiro vai ter se tiver coragem de fazerem os ricos pagarem imposto. Hoje, quem tem menos no Brasil paga mais. ‘Super rico’ não paga. Quem tem carro, paga imposto, o IPVA, quem tem jatinho, helicóptero, não paga nada. Tem que ter coragem de enfrentar o ‘bolsa banqueiro’. R$ 400 bilhões todos os anos que vão para pagar taxas de juros exorbitantes da dívida pública. Se enfrentar o sistema dos bancos, se enfrentar o privilégio dos ‘super ricos’, vai ter dinheiro para moradia popular, vai ter dinheiro para melhorar a vida das pessoas, para o saneamento básico, a educação, que é um tema essencial, e a saúde. Para enfrentar a desigualdade, tem que ter coragem de tomar lado”. Decisões por consulta popular: “Nós defendemos a participação popular antes de tudo, porque esse sistema político está podre. O sistema político brasileiro é o do ‘toma lá, dá cá’. Quem chega, negocia cargo e ministério em troca de apoio. Esse sistema fez um partido como o MDB, que nunca ganhou uma eleição, estar em todos os governos. Com a gente, não. Vamos botar o MDB na oposição. Democracia não pode ser apertar um botão a cada quatro anos e ir embora para casa. O povo tem que ser chamado a decidir com plebiscitos, referendos, conselhos. Uma série de reformas com participação popular, a começar com um referendo em 1º de janeiro de 2019 para revogar as medidas do Temer, a reforma trabalhista, reforma do ensino médio e a PEC do teto”. Políticas para os jovens: “Olha, Ciro, existem três questões fundamentais para a juventude. A primeira delas é viver. A nossa juventude está sendo assassinada, sobretudo, a juventude pobre e negras nas periferias. Assassinada por um regime de segurança, um sistema de segurança que, na verdade, é o sistema que lucra morte, como tráfico de armas e munições. Por isso, nós precisamos desmilitarizar as polícias. Ter um outro modelo de segurança, que reveja a política carcerária, a política de segurança pública e invista em prevenção e em inteligência. Eu não quero que os nossos jovens tenham a sua primeira arma como tem hoje. Quero que tenham o primeiro emprego. Eu não quero construir presídios, eu quero construir escolas. A primeira questão é dar uma virada na política de segurança pública para que a nossa juventude possa viver. Dar fim ao genocídio dos jovens negros nas periferias. Em relação ao emprego, é preciso dar oportunidades, retomando investimento público de verdade e efetivando a lei do jovem aprendiz, que já existe e, se fosse regulamentada e efetivada por esse governo, geraria de imediato 900 mil empregos, dando a primeira oportunidade de emprego ao jovem brasileiro.” Considerações finais: “Todos dizem que vão mudar o Brasil. Mas ninguém muda o Brasil andando com os mesmos de sempre. Eu sou candidato a presidente pela primeira vez. Mas estou há mais de 16 anos lutando ao lado das pessoas que lutam por moradia e por direitos sociais. Nessa luta, eu aprendi duas coisas muito importantes. Eu preciso ter coragem e é preciso ter lado. Se você também é contra esse sistema político falido e acredita que dá para fazer diferente, vote 50. Se você também não aceita que os planos de saúde continuem lucrando bilhões enquanto tem gente morrendo na fila do SUS, com falta de remédio e médico, vote 50. Se você também defende que as mulheres ganhem o mesmo salário que os homens, vote 50. Contra o sistema, vote no que você acredita, vote PSOL, vote Boulos 50.”

MARINA SILVA (REDE)

Emprego e teto de gastos: “O que eu vou fazer para gerar emprego? Em primeiro lugar, recuperar credibilidade. Hoje, o país está no fundo do poço em função da corrupção dos governos do PT, do PMDB e do PSDB, que hoje estão todos juntos na mesma vala comum da corrupção. Recuperar credibilidade é fundamental para poder ter investimento tanto externo como interno. E com isso nós vamos poder recuperar emprego na construção civil, vamos poder recuperar emprego no turismo e nós vamos controlar gasto público não é congelando o Orçamento público, deixando a saúde como está, como fez o governo do Temer que foi colocado onde está pelo Partido dos Trabalhadores junto com a Dilma que o escolheu para ser vice. Nós vamos controlar gasto público sim, mas fazendo com que se gaste apenas a metade do crescimento do PIB quando tiver superávit primário, porque os trabalhadores não podem pagar essa conta. Nós queremos que o Brasil volte a crescer, sobretudo combatendo corrupção que desvia R$ 200 bilhões do dinheiro do povo brasileiro.” Apoio a Haddad no segundo turno: “Eu quero falar com as mulheres que agora estão nos assistindo. Nós temos aqui sete homens e uma mulher, e eu espero, contando com seu voto, estar no segundo turno, se Deus quiser e o povo brasileiro. Com o seu voto, eu quero provar que uma mulher, de origem humilde, pode sim governar o Brasil, fazer para os pobres, mas sem roubar, com competência, com eficiência. Eu quero dizer para você que uma coisa eu tenho clara. Se fosse hoje, sabendo do que a Lava Jato trouxe, não estaria apoiando nenhuma dessas candidaturas. Eu tenho dito que se ganhar vou governar com os melhores, os melhores da sociedade, da academia, as pessoas que não se corromperam nos partidos. Eu vejo aqui um homem honrado do PT, o [Eduardo ]Suplicy, que não se corrompeu. Eu não tenho compromisso com corrupção de ninguém. Justiça para todos.” Fundo eleitoral e fundo partidário: “O fundo partidário e o fundo eleitoral estão exagerados. É dinheiro público em grande quantidade para as campanhas políticas. Eu defendo o financiamento público de campanha, mas não na quantidade que foi aprovado pelos grandes partidos, PT, PSDB, PMDB e DEM, para se perpetuarem no poder. O fundo partidário e o fundo eleitoral não precisam ser milionários e nós temos que mobilizar a sociedade para que ela possa contribuir para as campanhas. Em relação à nossa postura diante dessas questões de financiamento público de campanha, nós da Rede temos muito claro que o financiamento deve ser transparente, que a população brasileira não deve se render a essa lógica do caixa dois, por isso que nós somos contra o caixa dois, e vamos criminalizar o caixa dois que grassou nas campanhas do PT, do PMDB, do PSDB, durante as eleições de 2014, principalmente, que foi desvendado pela Lava Jato.” Considerações finais: “Eu quero falar com todos aqueles que estão nos acompanhando até agora, agradecer a vocês por estarem participando conosco do debate. Eu quero dizer uma coisa para cada um que está nos acompanhando, principalmente você mulher. Você não sabe a alegria, o orgulho que eu tenho de estar aqui representando você. Temos aqui sete homens, e você sabe o quanto é difícil uma mulher de origem pobre, analfabeta até os 16 anos, ex-empregada doméstica, estar aqui disputando honestamente, competentemente, palmo a palmo. Geralmente, quando tem uma bagunça ou uma briga dentro da família, ninguém chama o Meirelles não. Chamam uma tia, chamam uma mãe, chamam uma avó, chamam uma mulher corajosa para botar ordem na casa, unir todo mundo e fazer a família conversar. É isso que vou fazer como mulher. Não tenho ódio de ninguém e vou governar com os melhores do Brasil.”

CABO DACIOLO (PATRIOTA)

Combate à pobreza: “A democracia é muito boa mesmo. Nós estamos agora diante de uma pergunta de um banqueiro para um soldado do Corpo de Bombeiros. É muito gostoso isso. Dizer pro senhor que hoje, para conhecimento de todos, nós temos mais de 400 milhões na extrema pobreza. Nós temos mais de 50 milhões na pobreza, vivendo com R$ 400. Quando eu falo extrema pobreza, eu estou falando, vivendo com R$ 140 por mês. Sabe o que é interessante? O interessante é que o senhor fez parte do governo Lula um bom período e o senhor, naquele período, o senhor fez algo muito interessante, muito importante para a nação, o senhor diminuiu a dívida externa. Foi grandioso, hein, aquele passo? Só que, naquele ano, a taxa de juro da dívida externa era de 4,5. O senhor pegou dinheiro emprestado do banco público, numa taxa de 18%, o senhor fez o Brasil ficar endividado a quatro vezes mais. Foi isso que o senhor fez. Esse que é o cenário que nós estamos vivendo no nosso país. Infelizmente, o que acontece é que o senhor e os banqueiros do Brasil ficam roubando a nação e matando o nosso povo. Só que isso vai mudar e eu acredito, para honra e glória do senhor Jesus, que no futuro bem próximo o senhor e muitos outros vão aceitar o senhor Jesus como libertador e salvador da vida e vão começar a tratar o próximo da maneira que gostaria de ser tratado. Aí começa a mudança e a transformação. Tira o povo da pobreza.” Política de cotas: “Negros, índios, quilombolas… O país é tão jovem que temos 130 anos desde a escravidão. É tão recente tudo e estamos visualizando… Quando eu paro, penso e vejo alguém falando que vai tirar o Fies, vai tirar o ProUni, vai tirar o Bolsa Família, esta pessoa nunca passou necessidade, essa pessoa nunca andou num transporte público. Essa pessoa nunca teve o que não comer, nunca faltou comida na casa dela, para os filhos. Infelizmente, infelizmente, o mar de lama e a corrupção que estão no meio dos engravatados que não estão preocupados com o povo, com o pobre, não estão preocupados com aqueles que não tiveram oportunidade. […] Com certeza [sou a favor das cotas]! Vou fazer um trabalho muito mais amplo. Porque essas pessoas precisam ser abraçadas e não foram abraçadas há 130 anos por um erro do Brasil. Não só dos políticos, da nação brasileira de uma forma geral. O que eu vi aqui em São Paulo são favelas na calçada. As pessoas estão vendo e não fazem nada. Por que não ajudamos o próximo? Está muito além da política. Temos que tratar o próximo como gostaríamos de ser tratados”. Políticas paras mulheres: “Eu quero deixar para a nação brasileira: mulheres da nação brasileira, na minha casa, na minha família, as mulheres são prioridade. E as mulheres serão prioridade também no meu governo, vão fazer parte direto do nosso governo, vão estar conosco no nosso governo. Nomearei 50% dos ministérios homens e 50%, mulheres. Com o mesmo salário. E queremos elevar a moral das mulheres. Porque as mulheres têm uma dificuldade além dos homens: porque as crianças, os filhos, que muitas delas não têm condições de levar para creche, outras ficam com os filhos e ainda vão trabalhar, e muitos de nós não reconhecemos isso. Mulheres no nosso governo vão ser muito bem valorizadas, sim. Quero aproveitar a presença da minha mãe e da minha esposa aqui. Mãe, te amo! Minha esposa, te amo! Mulheres, amo todas vocês!” Considerações finais:“Eu quero agradecer em primeiro lugar a Deus por essa oportunidade. Eu quero pedir à nação brasileira: desperta ou tu que dorme. Desperta. O momento é de renovação, o momento é do novo, o momento é de transformarmos a nossa nação. Você que está pensando em votar branco, nulo e abstenção, nas últimas eleições nós tivemos mais de 37 milhões de brasileiros que votaram branco, nulo e abstenção, nos dê uma oportunidade. E eu quero aproveitar aqui, todos que estão nos ouvindo, 200 milhões de brasileiros. Nós vamos ser eleitos, eu quero fazer um ato profético, eu estou profetizando para a nação brasileira, eu vou ser o próximo presidente da República, pela honra e glória do nosso senhor Jesus, em primeiro turno com 51% dos votos. Você crê nisso? Sem fé é impossível agradar a Deus. Toda honra e toda glória será dada ao nosso senhor Jesus Cristo. Dizer a todos que juntos somos fortes, que nenhum passo daremos atrás, e que Deus está no controle. Mulheres brasileiras, amo vocês. Glória!”

Brasil registra 3 mil assassinatos em julho; já são 30 mil no ano

Ao menos 2.995 pessoas foram assassinadas no mês de julho deste ano no Brasil. O número, porém, é ainda maior, já que quatro estados não divulgam os dados. O índice nacional de homicídios, ferramenta criada pelo G1, permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país. Já são 29.980 vítimas registradas nos primeiros sete meses deste ano. O número consolidado até agora contabiliza todos os homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, que, juntos, compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais. O mapa faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Desde o início do ano, jornalistas do G1 espalhados pelo país solicitam os dados via Lei de Acesso à Informação, seguindo o padrão metodológico utilizado pelo Fórum no Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O objetivo é, além de antecipar os dados e possibilitar um diagnóstico em tempo real da violência, cobrar transparência por parte dos governos. Transparência Quatro estados (Bahia, Ceará, Paraná e Piauí), entretanto, dizem ainda não ter os dados referentes a julho. Veja a justificativa de cada um: Bahia: A Secretaria da Segurança Pública informa que os dados de julho ainda estão sendo consolidados. Ceará: Segundo a Secretaria da Segurança, não há ainda o detalhamento da estatística para o mês de julho. Paraná: A Secretaria da Segurança Pública afirma que as informações solicitadas estão em fase final de homologação e devem ser divulgadas posteriormente. Piauí: A Secretaria da Segurança Pública apenas informa o total das mortes do estado, sem fazer diferenciação entre os crimes, e afirma que o delegado responsável por fazer este detalhamento está de férias. Página especial Na página especial, é possível navegar por cada um dos estados e encontrar dois vídeos: um com uma análise de um especialista indicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e outro com um diagnóstico de um representante do governo. Ambos respondem a duas perguntas: Quem são os grupos/pessoas que mais matam no estado, por que eles matam e como isso mudou ao longo da última década? O que fazer para mudar esse cenário? Apenas 3 dos 27 governos estaduais não enviaram respostas às questões em vídeo: Bahia, Ceará e Rio de Janeiro. Juntos, eles respondem por mais de 1/4 das mortes violentas no ano passado.  

Roraima suspende energia da Venezuela e opera com térmicas locais após série de apagões

A Eletrobras Roraima suspendeu o uso da energia da Venezuela e há oito dias o consumo elétrico no estado é gerado por quatro términas locais, informou nesta segunda-feira (24) o presidente da empresa, Anselmo Brasil. O motivo da suspensão foram os constantes apagões no estado. Só este ano já foram registrados 65 blecautes, quase o dobro de todo o ano de 2017, quando foram regitrados 34. Destes, 13 ocorreram em julho, dez em agosto e 34 este mês, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com isso, na prática, a Venezuela segue enviando energia via Linhão de Guri, no entanto, a Eletrobras suspendeu a transmissão do país vizinho e tem usado apenas o que é gerado pelas usinas térmicas do estado. Roraima é o único estado no país que não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN) e depende da energia venezuelana. De acordo com Brasil, a energia passou a ser fornecida pela térmicas locais às 13h30 no dia 16 de setembro, quando o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, órgão ligado ao Ministério de Mina e Energia (MME), determinou que a Eletrobras suspendesse o uso da energia importada do país vizinho. “O fornecimento de energia da Venezuela foi suspenso porque a confiabilidade estava muito baixa, com interrupções de até três vezes por dia. O MME determinou que nós suspendêssemos o fornecimento até que ele passasse a ter uma confiabilidade maior” disse. Em nota, o MME explicou que Roraima deve receber energia local até a próxima quarta (26). A partir daí, haverá uma reunião para avaliar a confiabilidade elétrica e definir se segue com o plano ou retoma o fornecimento da Venezuela.

Conheça a história de professor que pediu demissão após ser agredido por alunos

Thiago dos Santos Conceição virou assunto da semana depois que alguns de seus alunos transformaram uma aula num episódio de humilhação e violência.

No entanto, infelizmente, cenas como essa são cada vez mais comuns em salas de aula das escolas brasileiras. Um estudo do Sindicato dos Professores do estado de São Paulo revela: 51% dos integrantes da categoria já sofreram algum tipo de agressão na escola.

O Fantástico conversou com Thiago sobre o episódio e mostra um pouco da vida do professor. Veja na reportagem.

Matéria G1/Video:Rede Globo

Inadimplência nas empresas bate recorde em agosto, aponta Serasa

Mais de 5,5 milhões de registros de empresas foram negativados no mês passado, em todo o país. Essa afirmação é da Serasa Experian, que fez um levantamento, que mostrou que 5 milhões, 577 mil e 543 CNPJs ficaram inadimplentes em agosto. Esse número é 8,5% maior que o registrado em agosto do ano passado. O montante das dívidas das empresas também teve alta: 3,7%. Na avaliação dos economistas da Serasa, apesar do nível recorde, é possível enxergar uma sinalização de estabilização ao longo dos próximos meses. O setor que mais contribuiu com empresas no vermelho foi o de Serviços. Quase a metade vem desse setor.

Governo estima conceder R$ 376 bi em incentivos fiscais em 2019

O governo federal estima que concederá no ano que vem R$ 376,198 bilhões em incentivos fiscais, valor equivalente a 5,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Deste total, R$ 306,9 bilhões correspondem a renúncias de tributos e R$ 69,8 bilhões, a subsídios. A previsão foi apresentada na proposta de orçamento de 2019, enviada ao Congresso Nacional. Os números apresentados na proposta orçamentária do ano que vem mostram estabilidade na comparação com 2018. Isso porque, neste ano, os benefícios fiscais estão estimados em R$ 376,323 bilhões (R$ 125 milhões a menos), cerca de 5,4% do PIB. Os benefícios fiscais só perderão validade se as leis que os instituíram forem alteradas pelo Congresso. Déficit fiscal A concessão dos benefícios fiscais acontece em meio a um cenário de seguidos rombos fiscais nas contas públicas. Desde 2014, o governo tem registrado déficits bilionários e a estimativa do ano que vem, por exemplo, é que as contas fechem com resultado negativo de R$ 139 bilhões. Composição dos benefícios Houve uma mudança na composição dos benefícios fiscais. Com isso, os chamados “gastos tributários” deverão atingir o recorde histórico de R$ 306,397 bilhões no ano que vem – a estimativa do governo para este ano é de R$ 283,446 bilhões. Ao mesmo tempo, os subsídios deverão recuar de R$ 92,88 bilhões neste ano para R$ 69,8 bilhões em 2019. A explicação para a queda de subsídios é o fim do benefício ao diesel em dezembro deste ano, além da aprovação da Taxa de Longo Prazo (TLP), entre outros. Na compração com o PIB, os benefícios cairão na comparação com os anos anteriores, mas superam os percentuais de 2012, 2011 e 2010. Benefícios fiscais X gastos públicos De acordo com o orçamento previsto para 2019, os benefícios fiscais somam mais recursos que os orçamentos das áreas de educação, saúde e segurança pública. Conforme a previsão do governo, as três áreas terão, juntas, R$ 228 bilhões em 2019. Mas, dos R$ 376,1 bilhões previstos em benefícios no ano que vem: R$ 37,7 bilhões correspondem aos chamados “subsídios explíticos”, que, se cortados, poderiam ser revertidos em despesas; R$ 32 bilhões correspondem aos “subsídios implícitos”, que não podem ser convertidos em gastos; R$ 306 bilhões são renúncia de arrecadação e não podem ser revertidos em investimentos. Paralelamente a isso, o governo não pode gastar mais no ano que vem porque as despesas já estão no limite do teto, instituído pelo novo regime fiscal. Deste modo, as renúncias fiscais (R$ 306 bilhões) em 2019, se deixassem de ter validade, seriam revertidas para diminuir o rombo das contas públicas. Detalhamento dos benefícios O maior benefício fiscal, isoladamente, é o Simples Nacional, no valor de R$ 87,253 bilhões em 2019. O programa tem tributação menor para as micro e empresas de pequeno porte. Nesta semana, a Receita Federal informou que está notificando 716 mil empresas para cobrar dívidas que somam R$ 19,5 bilhões. Recentemente, em entrevista ao G1, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, questionou os limites para o Simples Nacional. Podem se enquadrar no sistema as empresas com faturamento de até R$ 4,8 milhões em 2018. “Quando você olha outros países, todo mundo tem tratamento tributário favorecido o para micro e pequena empresa. Mas o que é pequena e média empresa? Lá, pequena e média empresa, para efeito de tratamento fiscal favorecido, são US$ 150 mil de faturamento anual. Aqui é US$ 1,5 milhão, dez vezes mais. É esse tipo de discussão que precisa ser feita”, declarou ele na ocasião. Um dos benefícios que mais subiram, no próximo ano, é para a indústria automotiva, somando R$ 7,246 bilhões em 2019. O valor vai mais do que triplicar em relação ao ano de 2018 (R$ 2,336 bilhões) e quase quintuplicar frente ao patamar de 2016 (R$ 1,47 bilhão). Ao recomendar em junho que o Congresso Nacional aprove com ressalvas as contas de 2017 do governo do presidente Michel Temer, o Tribunal de Contas da União (TCU) criticou o elevado volume de renúncias autorizadas pelo governo no ano passado. Também concluiu, em junho, que quase metade das renúncias tributárias de 2018 não são fiscalizadas. No começo deste ano, relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre a economia brasileira apontou que “avaliações rigorosas dessas políticas [de benefícios] são raras, mas as evidências existentes não conseguiram comprovar benefícios significativos à produtividade o ao investimento”. “A submissão desses regimes especiais a avaliações sistemáticas permitiria identificar o escopo para redução dessas despesas fiscais”, acrescentou. Em documento divulgado no mês passado, o Banco Mundial propôs reduzir os benefícios fiscais para melhorar as contas públicas. A instituição recomendou encerrar a desoneração da folha de pagamentos, eliminar o Simples “como parte da simplificação geral da tributação das empresas” e, também, pôr fim às deduções de gastos com planos de saúde do Imposto de Renda. Aumento da dívida pública O volume de benefícios fiscais contribui para o déficit nas contas públicas e, consequementemente, para o crescimento da dívida bruta, que, segundo o governo, deverá superar o patamar de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. A dívida bruta brasileira fechou o ano passado em patamar bem acima da média do Brics (grupo formado por Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul), dos países da América Latina e também das nações classificadas como “emergentes”, segundo dados do FMI. A dívida bruta é um indicador acompanhado atentamente pelas agências de classificação de risco – que conferem notas aos países (o que funciona como uma recomendação, ou não, para investimentos). Uma tendência crescente da dívida, em um cenário de ausência de reformas, pode gerar a piora na nota brasileira – com recomendação para que investidores estrangeiros retirem recursos do país. Para analistas, os rombos fiscais bilionários nas contas públicas, e o aumento da dívida, podem gerar aumento da inflação, e também, das taxas de juros no Brasil nos próximos anos, prejudicando a confiança dos investidores e o nível de atividade.