Geólogos e técnicos do IPT auxiliam no 8º dia de buscas por vítimas de deslizamentos em Guarujá, SP

Foto: Solange Freitas/G1

As buscas pelas vítimas soterradas após deslizamentos durante o temporal que atingiu a Baixada Santista, no litoral de São Paulo, continuam nesta terça-feira (10). Até o momento são 44 pessoas mortas, segundo o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil do Estado de São Paulo. Ainda há 34 pessoas desaparecidas. Geólogos e técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) auxiliam as equipes a definir as melhores estratégias de trabalho neste 8º dia de buscas.

O último corpo encontrado foi o do bombeiro Marciel de Souza Batalha, na noite desta segunda-feira (9). Batalha morreu enquanto tentava resgatar Thatiana Lopes de Lima Gomes, de 25 anos e o filho dela, Arthur Rafael de Lima, de 10 meses, que também vieram a óbito.

Desta forma, as buscas foram encerradas no Morro do Macaco Molhado, em Guarujá, passaram a ser concentradas apenas na Barreira do João Guarda. As buscas em Santos e São Vicente foram encerradas no sábado (7), após os corpos das pessoas desaparecidas terem sido encontradas.

Moradores e voluntários ajudam os bombeiros nas buscas pelas vítimas utilizando equipamentos de segurança como capacete e luvas. Máquinas também são utilizadas para ajudar nos trabalhos de remoção nos morros.

Na manhã desta terça-feira, as equipes continuaram no trabalho de retirada de terra e lama na Barreira do João Guarda. Geólogos e técnicos do IPT e da Defesa Civil, que monitoram o local desde os deslizamentos, fizeram uma nova vistoria. O foco é verificar exatamente a origem da água, no alto do morro. Eles planejam mudar o curso água para facilitar as buscas.

No domingo (8), o comando do Corpo de Bombeiros que estava sediado na Escola Municipal Profª Dirce Valério Gracia, onde estão sendo abrigadas as famílias vítimas da tragédias, foi transferido para a Barreira João Guarda para poder auxiliar as equipes de buscas e, ainda, se aproximar da população.

Também no domingo, a Defesa Civil de Guarujá interditou mais de 140 moradias localizadas em áreas de risco em diversos pontos da cidade. De acordo com a prefeitura, a ação é realizada com o objetivo de reduzir o risco de mais deslizamentos nos morros.

Veja onde ocorreram as mortes:

  • Guarujá: 33 mortes
  • Santos: 8 mortes
  • São Vicente: 3 mortes

Ajuda do Exército

Na manhã de sábado, a pedido da prefeitura, soldados do Exército chegaram à cidade para oferecer ajuda humanitária. As equipes foram para a Escola Municipal Profª Dirce Valério Gracia, onde estavam os 336 desabrigados do município. Serão cerca de 25 militares atuando na ação diariamente.

“Foi solicitada pela Prefeitura de Guarujá o apoio de militares do exército à Defesa Civil do município. A ajuda foi autorizada pelo comando militar do Sudeste, e o exército está sempre pronto para auxílio. Vamos ajudar na seleção dos donativos, preparação dos kits e entrega das doações nas comunidade impactadas”, explicou o tenente coronel Carlos Rocha, comandante da Fortaleza de Itaipu.

De acordo com a Defesa Civil do Estado, até a tarde deste domingo (8), havia 336 pessoas desabrigadas em Guarujá e 185 em Santos. Eles estão sendo recebidos em abrigos e escolas. Em Peruíbe, são 102 desabrigados, que deixaram temporariamente suas casas e foram recebidos no Centro Comunitário do Caraminguava.

Fim das buscas

Em São Vicente, o corpo da terceira e última vítima da tragédia na cidade foi encontrado na região do Parque Prainha, no sábado. Segundo a prefeitura, trata-se de um homem de 69 anos, que morreu no deslizamento de solo. Com isso, o capitão do Corpo de Bombeiros, Marcos Palumbo, informou que as buscas foram encerradas na cidade. Os agentes foram deslocados para o Guarujá.

Além deste senhor, morreram outras duas pessoas em São Vicente: uma mulher de 60 anos, que faleceu no mesmo deslizamento de solo, e um idoso de 86 anos, que estava em uma clínica de repouso particular na Vila Valença, quando o chão de um cômodo cedeu.

Em Santos, as quatro pessoas que estavam desaparecidas foram encontradas entre a madrugada e manhã deste sábado. O município registra 8 vítimas da tragédia e, com a localização das quatro últimas vítimas, que seriam da mesma família, o trabalho do Corpo de Bombeiros foi encerrado no Morro São Bento.

Em Guarujá, a última vítima foi localizada no Morro do Macaco Molhado na noite da última segunda-feira. O cabo Marciel de Souza Batalha foi soterrado enquanto tentava resgatar uma mãe e bebê, que também vieram a óbito. Com a localização de Batalha, as buscas no morro foram encerradas e passam a ser concentradas no Morro da Barreira do João Guarda.

Em um período de 24h, de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), choveu 320 mm em Guarujá, valor muito acima da média de 263 mm prevista para março. Em Santos, choveu 239 mm, perto da média de 257 mm. Já em São Vicente, foram registrados 207 mm de chuva, abaixo da média de 257 mm prevista para o mês todo.

Mais de 100 cidades estão em situação de emergência após chuvas em MG, diz Defesa Civil

Subiu para 101, nesta segunda-feira (27), o número de cidades em situação de emergência em Minas Gerais por conta das chuvas, de acordo com o coordenador adjunto da Defesa Civil estadual, tenente-coronel Flávio Godinho.

Ainda segundo a Defesa Civil, o decreto será publicado em uma edição extra do Diário Oficial do Governo de Minas Gerais nesta manhã.

A medida vale por 180 dias e possibilita ações mais céleres para a recuperação dos estragos e auxílio à população. Todos os órgãos estaduais estão autorizados a atuar nos trabalhos sob coordenação da Defesa Civil de MG.

Até o momento, o órgão confirmou a morte de 44 pessoas no estado, registradas entre sexta-feira (24) e domingo (26). Entre as vítimas estão crianças e bebês. Dezenove pessoas continuam desaparecidas. A maior parte das ocorrências está relacionada a risco geológico, como deslizamentos e soterramentos.

No fim de semana, quando 47 cidades estavam sob o decreto estadual, foi solicitado ao governo federal o reconhecimento do estado de emergência. O Ministro do Desenvolvimento Regional do Brasil, Gustavo Canuto, esteve em Belo Horizonte neste domingo e disse que os atingidos pela chuva devem ter antecipação do Bolsa Família e do saque do FGTS.

Nesta segunda-feira (27), uma portaria publicada no Diário Oficial da União reconheceu a situação de emergência em decorrência das chuvas intensas nos 47 municípios. Canuto prometeu que o governo federal vai disponibilizar R$ 90 milhões para atender às demandas relacionadas às fortes chuvas em Minas Gerais.

Pontos de doação

Defesa Civil, Servas e Cruz Vermelha fazem campanha para arrecadação de donativos para os mais de 13 mil desalojados e 3.354 desabrigados em todo o estado após as fortes chuvas.

Principalmente: Produtos de limpeza e de higiene pessoal, água mineral, fraldas, alimentos não perecíveis, colchões e roupas íntimas.

As doações devem ser entregues nos seguintes locais:

  • Ponto de apoio da Cruz Vermelha: Avenida Úrsula Paulino, 1555, Bairro Betânia;
  • Sede da Cruz Vermelha: Alameda Ezequiel Dias, 427, Centro;
  • Servas: Avenida Cristóvão Colombo, 683, Funcionários;
  • Todos os batalhões do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar em MG.

Chuva deixa ao menos 524 famílias desabrigadas na cidade de SP

Cerca de 524 famílias estão desabrigadas em São Paulo após a forte chuva que atingiu a cidade na madrugada desta segunda-feira (11), segundo balanço divulgado pela Prefeitura.

De acordo com a gestão municipal, os atendimentos foram realizados em postos da Zona Leste e Sul, onde estão sendo disponibilizados insumos como cestas básicas, kits higiene e limpeza, colchões e cobertores.

Houve ao menos 12 mortes e seis feridos. A Linha 10-Turquesa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) abriu após 17 horas fechada por conta dos alagamentos.

Locais de atendimentos divulgados pela gestão municipal:

Zona Leste

São Mateus

Endereço: Rua Caboré, 36 Número de famílias: 120 Insumos: 500 colchões, 500 cobertores, 150 cestas básicas, 150 kits de Higiene

Sapopemba

Endereço: Travessa Pedro Miguel Marques, 3 (Conjunto Habitacional Teotônio Vilela) Número de famílias: 27 Insumos: 15 colchões, 17 cobertores, 10 cestas básicas – 10 kits de higiene

Ipiranga

Igreja Pentecostal Labareda Endereço: Rua Barão de Resende, 251 Número de famílias: 90 Insumos: ainda não há informações

CEU Meninos (famílias do CEU Heliópolis foram direcionadas para o CEU Meninos, devido a pouca procura) Endereço: Rua Barbinos, 111 Número de famílias: 135 famílias Insumos: ainda não há informações

Igreja Nossa Senhora das Dores Endereço: Rua Tabor, 283 Número de famílias: 150 Insumos: Ainda não há informações

CRAS Ipiranga Endereço: Rua Taquarichim, 290 Número de famílias: ainda não recebeu famílias Insumos: ainda não há informações

Zona Sul

Parelheiros Endereço: Rua Nilo Freire da Silveira, 21 B – Jd Novo PA e Rua Humberto Ravello, 380 – casa 1 – Centro PA Número de famílias: 2 Insumos: 10 colchões, 10 cobertores, 10 cestas básicas, 10 kits de Higiene

Chuva alaga ruas da Grande São Paulo e capital tem trânsito recorde no ano

A chuva que atingiu a Grande São Paulo entre a madrugada e a manhã desta segunda-feira (4) provocou alagamentos, bloqueou vias e causou lentidão no trânsito. Só na capital, houve um total de 25 pontos alagados, 23 linhas de ônibus foram afetadas, e houve recorde de congestionamento no ano.

Trecho do corredor Norte-Sul, na capital, ficou completamente tomado pela água, o que também ocorreu em vias de São Caetano do Sul, no ABC Paulista. Em Parelheiros, o terminal de ônibus ficou fechado porque a via de acesso estava intransitável. Na Marginal Tietê, faixas das pistas central e local foram fechadas nos dois sentidos, o que travou o trânsito no início da manhã.

ACOMPANHE O IMPACTO DA CHUVA EM TEMPO REAL

O índice de congestionamento recorde para o ano. Às 8h30, eram 182 quilômetros de lentidão nas ruas e avenidas de São Paulo. Às 9h, eram 198 quilômetros. A média para esse horário varia entre 93 e 147 quilômetros. O último recorde havia sido registrado no dia 1º de fevereiro, com 108 km às 10h.A capital entrou em estado de atenção para alagamentos na madrugada. Nas zonas Oeste, Sul e Sudeste, além da Marginal Pinheiros, o alerta foi emitido a partir de 1h58. Às 2h20 o alerta foi estendido para as demais áreas da cidade. O estado de atenção só terminou às 5h40.

Em Santos, no litoral, um temporal também provocou alagamentos e transtornos. No interior, houve estragos causados pela chuva também em Ribeirão Preto.

Corredor Norte-Sul

Na capital, no corredor Norte-Sul, uma das principais ligações dos bairros da Zona Norte com os da Zona Sul, houve bloqueio total no sentido Norte na região da Avenida Santos Dumont, no cruzamento com a Avenida do Estado.

Agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) faziam desvios na Santos Dumont para quem pretendia seguir para a Marginal Tietê. Muitos carros, no entanto, acabaram desviando das ruas alagadas pegando o canteiro central.

São Caetano do Sul

Em São Caetano do Sul, no ABC Paulista, próximo ao Córrego dos Meninos, que teve o seu nível elevado, vias ficaram tomadas pela água. Carros ficaram quase submersos.

Os pontos mais atingidos da cidade ficam na região da rua Bartolomeu Bueno da Silva e da Avenida Guido Aliberti. Passageiros não conseguiam pegar ônibus devido à interdição das ruas.

Terminal de Parelheiros fechado

Em Parelheiros, no extremo Sul da capital, o terminal de ônibus estava com o acesso bloqueado devido à alagamento na Avenida Sadamu Inoue, o que impedia os veículos de chegarem e saírem do local. Passageiros lotavam o terminal.

Um grande fila de ônibus se formou na via que leva ao acesso ao terminal. Às 7h, os veículos continuavam parados. Moradores da região entrevistados pelo Bom Dia SP que seguiam para o trabalho relataram estar voltando para casa por não conseguir pegar coletivo e sair da região.

Zona Norte

Na Zona Norte da capital, houve alagamento na Avenida Educador Paulo Freire, na altura do número 100. No início da manhã, os carros conseguiam passar somente por uma das faixas da via. O trânsito estava completamente parado para quem seguia dessa avenida à Marginal Tietê.

Os alagamentos nesta região também dificultaram o acesso à Rodovia Fernão Dias e à Rodovia Presidente Dutra.

Para quem seguia da Marginal Tietê à Ayrton Senna, houve interdição de uma faixa da pista local e outra da central, na altura da Ponte das Bandeiras.

Linhas de ônibus afetadas

Segundo a SPTrans, em razão dos alagamentos, a circulação dos ônibus municipais está prejudicada nas zonas Norte e Sul, nas avenidas Santos Dumont (ambos os sentidos), Teotônio Vilela (sentido Interlagos) e Sadamu Inoue (ambos os sentidos). Ao todo são 23 linhas afetadas.