Caso Huawei: o que acontece com a Apple se a China retribuir o bloqueio?

bloqueio sofrido pela Huawei continua esquentando a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Após o veto do GoogleIntel e Qualcomm, a gigante chinesa entrou para a lista do governo que a impede de comprar hardwares e softwares de empresas americanas. Mas, segundo o El País, o imbróglio pode não estar perto do fim e o esperado é que haja represálias ao boicote. Vale lembrar que a crise entre a Huawei e os Estados Unidos fez o smart chinês ‘queridinho’ perder usuários em todo o mundo.

Na China, a Huawei é considerada a grande representante do segmento no mercado internacional. Da mesma forma como, nos Estados Unidos, a moeda de ouro é a Apple. O bloqueio desagradou o governo de Xi Jinping, somado ainda às acusações de espionagem por parte da empresa. Por isso, uma questão passou a ser levantada após a repercussão do caso: E se o país asiático resolvesse se vingar usando o iPhone?

A teoria sustentada pelo El País considera dois aspectos de extrema relevância: o que há de chinês no iPhone e o que há de americano no Huawei. Vale lembrar que outras empresas americanas, como Google, Facebook e Amazon já são completamente vetadas na China. Por isso, não seria espantoso se Xi Jinping seguisse pelo mesmo caminho que Donald Trump.

Em sua teoria, o El País concluiu que a Apple sairia perdendo, e muito, caso a China resolvesse retribuir o bloqueio. A fabricação do iPhone seria gravemente afetada, uma vez que, entre seus 200 fornecedores, há diversas empresas chinesas e taiwanesas. A maioria delas têm uma espécie de “dívida histórica” com o governo da China, uma vez que, não só ainda operam no país, como se fortaleceram graças às condições especiais criadas em 1980 por Deng Xiaoping, líder supremo da República Popular da China entre 1978 a 1992.

Segundo o El País, uma dessas empresas é a Sunwoda Electronic, que está na lista de fornecedoras de baterias para iPhone. Outra é a BYD Electronic, que fornece peças para aparelhos de algumas fabricantes, entre elas a Apple. Além destes, o Iphone também conta com fornecedores chineses de receptores, módulos de alto-falante miniaturizados, microfones, metais, peças de contato da bateria, elemento de proteção, circuitos, entre outros.

Já entre as empresas taiwanesas que têm fábricas na China e também fornecem para a Apple estão a TSMC, maior fabricante de semicondutores do mundo e fornecedora dos chips de série A, e Foxconn, que faz a montagem do aparelho. De forma geral, em termos de softwares, o impacto seria menor. Poucos aplicativos chineses são populares nos Estados Unidos. Os mais comuns são o Aliexpress e TikTok, antigo Musical.ly.

Segundo o El País, o impacto que os Estados Unidos sofreria com um bloqueio chinês seria sentido com bastante força. Basta considerar que, em 2018, mais de 15% do faturamento da Apple veio da China.

Por outro lado, a China também perde. Sem os softwares americanos, como o Android, a Huawei e a Honor, uma segunda marca do mesmo fabricante, teriam que reinventar completamente o seu sistema operacional. Isso inclui os aplicativos de uso mais comum, como o buscador do Google, GmailGoogle MapsYouTubeGoogle AgendaGoogle DriveFacebookInstagramWhatsAppFacebook MessengerNetflixAmazon e Skype e muitos outros.

A Huawei também depende massivamente de fornecedores americanos para obter seus processadores, antenas, memórias, módulos com capacidades de rede, 3G e LTE e até o vidro Gorilla Glass. Mas o impacto pode ser ainda maior caso empresas europeias e japonesas decidam aderir ao boicote, assim como a Infineon Technologies, fabricante alemão de chips.

Entenda os riscos do monóxido de carbono, gás que pode ter provocado a morte de seis brasileiros no Chile

Autoridades do Chile suspeitam que a inalação de monóxido de carbono (CO) causou a morte de seis brasileiros em um apartamento em Santiago, na noite de quarta-feira (22). Os oficiais acreditam que o gás invisível e sem cheiro pode ter vazado de um aparelho doméstico, como um aquecedor.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), as moléculas de monóxido de carbono se ligam à hemoglobina presente no sangue. Isso dificulta a circulação e distribuição do oxigênio – essencial para vida humana – no corpo. É uma morte por asfixia.

Os sintomas da asfixia por monóxido de carbono são:

  • Dores de cabeça
  • Tontura
  • Fraqueza
  • Dores abdominais e vômitos
  • Dor no peito
  • Confusão mental

Na maioria das vezes, as vítimas não percebem que estão sob efeito do monóxido de carbono justamente porque o gás não tem cheiro nem cor.

Como evitar acidentes?

Aquecedores a combustível podem vazar monóxido de carbono caso estejam mal posicionados ou sem manutenção. Confinado em um ambiente fechado ou sem janelas, o gás mata em minutos.

Há também outros aparelhos que podem causar mortes pela inalação do CO, como geradores de energia e churrasqueiras. Veja como prevenir acidentes, de acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês):

  • Aquecedores ou qualquer outro aparelho doméstico movido a gás, óleo ou carvão devem passar por vistoria técnica ao menos uma vez por ano;
  • Jamais deixe ligado um carro ou outro veículo na garagem, mesmo que haja uma porta aberta;
  • Nunca use um fogão para aquecer a casa;
  • Mantenha geradores e máquinas de lava a jato a ao menos seis metros de uma janela ou porta;
  • Instale detectores em casa, dispositivos geralmente pequenos e que funcionam com pilhas ou baterias;
  • Deixe o local imediatamente e procure os serviços de emergênciacaso sinta tonturas, dores e suspeite de vazamento de monóxido de carbono.

Empresa pede que anfitriões instalem detectores

A Airbnb, empresa de aluguel por temporadas pela qual a família brasileira alugou o apartamento em Santiago, afirma solicitar aos anfitriões que disponibilizem detectores de fumaça e monóxido de carbono dentro dos imóveis. No site oficial, a companhia diz que fornece o aparelho gratuitamente, quando solicitada.

A instalação não é obrigatória – exceto quando a cidade ou o país tem uma lei ou regulamento específico sobre o assunto. Ainda assim, a Airbnb notifica os hóspedes quando estão prestes a alugar um imóvel sem detector de monóxido de carbono.

Sobre o incidente em Santiago, a Airbnb informou ao G1 que os anfitriões têm direito a seguro de US$ 1 milhão – cerca de R$ 4 milhões. A empresa também disse que vai arcar com o traslado dos corpos, e que também presta assistência aos responsáveis por oferecer o apartamento – a identidade do locatário não foi revelada.

Motos são proibidas de trafegar na Marginal Pinheiros a partir desta segunda-feira

Começou a valer na manhã desta segunda-feira (20) a proibição da circulação de motos na pista expressa da Marginal Pinheiros, em São Paulo. A nova regra foi anunciada pela Prefeitura de São Paulo no mês de abril.

A circulação de motos fica proibida na pista expressa da Marginal Pinheiros, no sentido Castello Branco (Cebolão). Nos primeiros 30 dias, ninguém será multado. A medida faz parte do Plano de Segurança Viária.

Após o período, quem não seguir a regra vai cometer uma infração média e será multado em R$ 130,16, além de perder quatro pontos na carteira de motorista.

A Prefeitura diz que, em vias como a Marginal Pinheiros, onde a velocidade é maior, o motociclista acaba ficando mais vulnerável. No ano passado, segundo a CET, foram registrados 10 acidentes só nesta via.

“A Prefeitura tomou essa decisão porque houve um incremento em relação ao número de acidentes e o número de acidentes com mortes de motos comparados 2018 e 2017. Então, a gente tomou essa atitude por conta do aumento do número de mortes. Já temos um bom desempenho em outros locais onde essa segregação foi feita”, afirmou o prefeito Bruno Covas (PSDB).

De acordo com Covas, a CET já está desenvolvendo o projeto para a obra do outro lado da Marginal Pinheiros, no sentido Interlagos. “A expectativa é que até o fim do ano ela já esteja pronta para que no ano que vem a gente possa também fazer a segregação da mesma forma”.

As motos já são proibidas nas pistas expressa e central da Marginal Tietê desde 2010. Nesta última, a proibição vai de 22h às 5h. A experiência, segundo a Prefeitura, rendeu resultados positivos.

Morte de motociclistas

A cidade de São Paulo registrou 366 mortes de motociclistas em 2018, crescimento de 17,7% na comparação com 2017, quando a capital teve 311 condutores mortos.

Segundo dados do Infosiga, em abril de 2019, houve 127 acidentes com mortes envolvendo motociclistas no estado, contra 166 no mesmo mês em 2018 – o que representa uma redução de 23%.

Plano de Segurança Viária

Apresentado em abril, o plano tem como conceito a “Visão Zero”, “que diz que nenhuma morte é aceitável no trânsito”. Segundo o secretário municipal de Mobilidade e Transportes, Edson Caram, até 2020 as motos também serão proibidas no sentido Interlagos da Marginal Pinheiros.

A meta do plano segue a já apresentada no Plano de Metas da Prefeitura, de reduzir o número de mortes para 6 a cada 100 mil habitantes. No entanto, o Plano de Segurança Viária coloca uma nova meta, para 2028, de 3 mortes a cada 100 mil.

O plano vai até 2028, o que pede continuidade do próximo governo municipal. O decreto do plano estabelece que, no primeiro ano de cada gestão, planos de ação sejam apresentados até o mês de junho.

“Não é um plano do prefeito Bruno Covas, é um plano da cidade de São Paulo”, disse o prefeito na época do lançamento. O decreto não prevê mudanças nas velocidades das marginais. Segundo Covas, isso já foi “combinado” com a população nas eleições de 2016.

O documento levou um ano para ser preparado, envolveu 200 pessoas e 15 órgãos públicos, e teve apoio do Banco Mundial, da Iniciativa Bloomberg para a Segurança Global no Trânsito e do WRI Brasil.

Enem 2019 encerra inscrições nesta sexta; veja passo a passo

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 serão encerradas nesta sexta-feira, às 23h59. O cadastro deve ser feito pelo site oficial da prova (https://enem.inep.gov.br/participante/). No fim da matéria, confira o passo a passo.

Neste ano, a taxa de inscrição custa R$ 85 e tem de ser paga entre os dias 6 e 23 de maio, em agências bancárias, casas lotéricas e correios. Atenção: mesmo aqueles estudantes que obtiveram a isenção da taxa devem se inscrever no Enem.

É necessário entrar no site do exame e informar o número do CPF e do RG. Será criada uma senha de acesso que permitirá, mais adiante, verificar o cartão de confirmação e os resultados do candidato. Também é preciso ter um número de celular e um e-mail válidos para que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza a prova, envie comunicados.

Segundo o órgão, até esta sexta será possível atualizar dados de contato, trocar o município de provas, mudar a opção de língua estrangeira e alterar atendimento especializado e/ou específico.

Para os candidatos que precisam dessa atenção diferenciada, como pessoas com deficiência ou lactantes, a solicitação deve ser feita também até 17 de maio.

Entre 20 e 24 de maio, será possível fazer a solicitação de atendimento pelo nome social – caso o participante transexual prefira não ser chamado pelo nome do registro civil.

Local de prova

O cartão de confirmação será disponibilizado só em outubro. Nele, haverá um resumo das principais informações para o candidato: número de inscrição; data, hora e local das provas; dados sobre atendimento especializado (se solicitado); e opção de língua estrangeira (inglês ou espanhol).

Estrutura da prova

O exame ocorrerá em dois domingos: 3 e 10 de novembro. No primeiro dia, serão aplicadas as provas de:

  • linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e ciências humanas e suas tecnologias.
  • duração: 5h30

No segundo domingo, dia 10 de novembro, será a vez das questões de:

  • ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias.
  • duração: 5h

Novidades da edição 2019

Neste ano, há as seguintes novidades:

  • novo sistema de inscrição;
  • inclusão opcional de foto na inscrição;
  • espaço com linhas para rascunho da redação;
  • espaço para cálculos no final do caderno de questões;
  • surdos, deficientes auditivos e surdocegos poderão indicar, na inscrição, se usam aparelho auditivo ou implante coclear;
  • lanches levados pelos candidatos serão revistados.

Calendário

  • Inscrições: 6 a 17 de maio
  • Pedido de atendimento especial: 6 a 17 de maio
  • Pedido de uso de nome social: 20 a 24 de maio
  • Pagamento da taxa de inscrição: 6 a 23 de maio
  • Provas: 3 e 10 de novembro
  • Gabarito: 13 de novembro
  • Resultado individual: janeiro de 2020

Passo a passo

1- Entre no site https://enem.inep.gov.br/participante/#!/inicial.

2- Escolha a imagem e preencha com o seu CPF.

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Enem – passo 2 — Foto: Reprodução

3- Informe a data de nascimento.

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4- Clique em “iniciar a inscrição”.

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5- Confira a data de nascimento e o nome de sua mãe.

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6- Se quiser, declare o nome do seu pai.

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7- Preencha os campos de cor, estado civil e nacionalidade.

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8- Selecione o Estado e a cidade em que nasceu.

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9- Digite os dados de seu RG.

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10- Digite seu CEP.

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11- Confira sua rua e informe o número e o complemento de sua residência.

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12- Informe se precisa de algum recurso de acessibilidade.

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Enem – passo 12 — Foto: reprodução

13- Escolha se quer fazer a prova de inglês ou de espanhol.

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Enem – passo 13 — Foto: Reprodução

14- Escolha onde deseja fazer a prova.

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Enem – passo 14 — Foto: Reprodução

15- Informe até que período você estudou.

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Enem – passo 15 — Foto: Reprodução

16- Informe se você frequentou escola particular ou pública.

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Enem – passo 16 — Foto: Reprodução

17- Informe se fez ou não o Encceja para ter o certificado do ensino médio.

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Enem – passo 17 — Foto: Reprodução

18- Escolha a opção com o tipo de ensino (regular, profissionalizante, técnico, etc.) e o ano de conclusão.

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19- Responda a 25 perguntas do questionário socioeconômico. Exemplos: quantas geladeiras possui em casa, qual a renda da família, etc.

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20- É importante informar seus dados de contato. É por eles que o Inep enviará comunicados sobre a prova.

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21- Conclua a inscrição e, caso não esteja isento da taxa de inscrição, imprima o boleto de pagamento.

Vulnerabilidade no app pode ser corrigida com atualização

O WhatsApp confirmou a presença de uma falha grave no aplicativo nesta terça-feira (13), e recomendou que todos os usuários atualizem o app no celular. A vulnerabilidade afeta tanto o Android quanto o iPhone (iOS), e permite que o aparelho seja invadido por um spyware a partir de uma chamada de voz não atendida pelo mensageiro. Então, o programa malicioso teria acesso à câmera, ao microfone e a outros arquivos do dispositivo. A informação foi divulgada pelo jornal Financial Times ontem e confirmada no mesmo dia pelo Facebook. O WhatsApp afirma que apenas um pequeno grupo foi atingido pela vulnerabilidade e liberou uma atualização que impede a ação do vírus no aplicativo. A seguir, tire suas dúvidas sobre o caso e saiba como se proteger. 1. O que aconteceu? O spyware detectado se chama Pegasus e foi desenvolvido pela NSO, empresa israelense que fornece tecnologia de espionagem para governos. A vulnerabilidade descoberta no app pode ser explorada por hackers para inserir o código malicioso do spyware nos pacotes de dados enviados durante o processo de chamada de voz pelo WhatsApp. O ataque não requer que a vítima faça o download do vírus; basta receber uma ligação de voz para ser infectado — e não é preciso nem mesmo atender a chamada para que o spyware entre em ação. Quando os dados são recebidos, a vulnerabilidade do WhatsApp faz com que partes da memória do aplicativo sejam sobrescritas pelo código malicioso e, consequentemente, o controle seja entregue ao Pegasus. 2. Quem foi afetado? De acordo com representantes do WhatsApp em entrevista para o Financial Times, o número de usuários atingidos pela vulnerabilidade “está na casa das dezenas”, mas a quantidade específica de afetados não foi divulgada. O mensageiro também compartilhou que suspeita que ativistas de direitos humanos tenham sido alvo da brecha de segurança, e declarou ao jornal que a maior preocupação no momento é “trabalhar com grupos de direitos humanos para descobrir o máximo possível sobre quais deles podem ter sido afetados”. 3. O que é um spyware? Spyware é um programa espião que realiza o monitoramento das atividades do sistema em que foi instalado. Depois, ele envia as informações coletadas para terceiros, por meio da Internet. Esse tipo de programa foi criado com o propósito publicitário de investigar os hábitos dos usuários para direcionar propagandas, mas hackers infiltraram código malicioso no software para usar para fins mal-intencionados como, por exemplo, o roubo de dados confidenciais. 4. Para que serve o programa? A NSO afirma que o programa foi criado para ajudar governos a combater crimes, mas já houve casos de ataques direcionados a defensores de direitos humanos. O Citizen Lab, instituição de estudo de privacidade online da Universidade de Toronto, revelou na segunda-feira, em sua conta oficial do Twitter, que um advogado de direitos humanos suspeitava ter sido alvo da vulnerabilidade, mas o ataque não foi bem-sucedido pois a atualização de segurança já havia sido instalada. À agência de notícias Reuters, um representante do Citizen Lab explicou que o advogado do Reino Unido buscou ajuda na instituição após receber ligações de voz do WhatsApp de números desconhecidos. WhatsApp has just pushed out updates to close a vulnerability. We believe an attacker tried (and was blocked by WhatsApp) to exploit it as recently as yesterday to target a human rights lawyer. Now is a great time to update your WhatsApp software https://t.co/pJvjFMy2aw https://t.co/e8VQUraZWQ — May 13, 2019 O WhatsApp acabou de disponibilizar uma atualização que corrige a brecha de segurança. Acreditamos que um invasor tentou (e foi bloqueado pelo WhatsApp) de explorá-la ontem, para alvejar um advogado de direitos humanos. Esse é o momento para atualizar o WhatsApp. Por conta da suspeita de que ativistas de direitos humanos sejam alvos de um ataque, a Anistia Internacional declarou na segunda-feira que apoiará uma ação legal contra o Ministério da Defesa de Israel, a fim de que a instituição revogue a licença de exportação de produção da empresa NSO. 5. O que a empresa responsável diz? Em nota à Reuters, a NSO prometeu investigar se houve uso indevido da sua tecnologia e tomar medidas caso seja necessário, mas alertou que a empresa não escolhe nem identifica os alvos de seus produtos. Além disso, a instituição garantiu que “sob nenhuma circunstância estaria envolvida na operação ou identificação de alvos de sua tecnologia, que é operada exclusivamente por agências de inteligência e de aplicação da lei”. O NSO afirma que sua tecnologia é licenciada para agências governamentais autorizadas “com o único propósito de combater o crime e o terror”, e que não opera o sistema em si, enquanto tem um processo rigoroso de licenciamento e verificação. 6. O que o WhatsApp diz sobre isso? O WhatsApp notificou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para auxiliar na investigação, e recomendou que todos os usuários fizessem uma atualização do app. “O WhatsApp incentiva as pessoas a atualizarem para a versão mais recente de nosso aplicativo, bem como manter seu sistema operacional móvel atualizado, para proteger contra possíveis ataques direcionados projetados para comprometer informações armazenadas em dispositivos móveis”, disse em nota ao Financial Times. 7. Como se proteger? A recomendação é de que os usuários atualizem o aplicativo e instalem a versão mais recente disponível, e que “também mantenham o sistema operacional do celular atualizado, para se protegerem da exploração de possíveis brechas que comprometam o conteúdo do dispositivo”. As novas versões já estão disponíveis para download para os usuários de aparelhos Android, iPhone (iOS), Windows Phone e Tizen. A versão empresarial WhatsApp Business também foi afetada e tem atualização disponível. Via Forbes, Reuters, Anistia Internacional e USA Today

MP que dificulta contribuição sindical pode cair

O governo decidiu abrir negociação com sindicatos e poderá sacrificar a MP (medida provisória) que proíbe o desconto automático da contribuição que incide sobre a folha salarial. Lideranças das principais centrais dizem que, do jeito que está, a MP pode asfixiá-las. Por isso, pressionam seus parlamentares a barganhar um acordo com o governo em troca da reforma da Previdência. Neste momento, lideranças parlamentares e assessores do governo afirmam que não se trata de uma troca. Reconhecem, no entanto, que a oposição à MP uniu as centrais e os deputados que representam a causa trabalhista no Congresso, e esse bloco pode atrapalhar o avanço da Previdência. Na segunda-feira (29), o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o dirigente nacional da UGT, Ricardo Patah, e prometeu marcar uma reunião com técnicos do governo para, segundo o sindicalista, “abrir diálogo”. A UGT é a mais próxima do governo entre as grandes centrais. “Essa MP é péssima para o movimento sindical, é inconveniente. O ideal seria que ela caducasse”, disse Patah. Publicada em março, a medida provisória 873 não tem comissão instalada, presidente nem relator. O prazo para o governo aprová-la no Congresso expira no início de julho. Aliados do governo no Congresso já avaliam deixá-la expirar e, após a tramitação da Previdência, apresentar um projeto de lei tratando do assunto. O Ministério da Economia, responsável pela formulação da MP, resiste, e a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), promete desengavetar o projeto indicando um relator ainda nesta semana.
A maioria dos líderes partidários é contra a volta do imposto sindical”, afirmou ela. A MP foi apresentada pelo governo para fechar brechas usadas por sindicatos e empresas para burlar o fim do imposto sindical, eliminado na reforma trabalhista. A contribuição passou a ser optativa e feita com autorização prévia dos trabalhadores. Alguns sindicatos, porém, interpretaram que a autorização pode ser feita por meio de assembleias da categoria sem a necessidade do consentimento de cada trabalhador. Eles negociaram essas condições com os patrões em acordos coletivos firmados no segundo semestre de 2018. Os bancos, por exemplo, acordaram descontar automaticamente 1,5% do salário dos funcionários para se livrar do pagamento de gratificação sobre horas extras. Esse é um dos principais motivos que levam os bancos a serem processados na Justiça do Trabalho. O acordo foi feito após a Vale obter autorização do TST (Tribunal Superior do Trabalho) para descontar em folha uma contribuição sindical equivalente à metade de um dia de trabalho, após negociar com sindicatos de ferroviários. Embora representasse 50% do antigo imposto sindical, a contribuição foi descontada automaticamente, ferindo o princípio da reforma trabalhista, de acordo com o Ministério da Economia. Por pressão do secretário especial da Previdência, Rogério Marinho —que foi relator da reforma trabalhista—, Bolsonaro baixou então a MP. Ela estipula que a autorização deve ser individual, e o pagamento, feito por boleto bancário. Com isso, tanto a Vale quanto os bancos suspenderam o repasse, o que está sufocando os sindicatos. O presidente da UGT considera que a MP é péssima para o movimento sindical, mas afirma que, se a negociação com o governo seguir adiante, exigirá a retirada da contribuição por boleto (mantendo o desconto em folha) e que as regras das relações entre patrões e empregados sejam definidas por livre negociação. “A Constituição diz que o governo não pode interferir em questões sindicais”, disse Patah. Segundo o advogado Otavio Pinto e Silva, professor da USP e sócio do escritório Siqueira Castro, empresas que acordaram recolher a contribuição fizeram valer outro pilar da reforma trabalhista: a prevalência do negociado sobre o legislado. Ou seja, tem mais poder o acordado entre patrões e empregados do que a própria lei. Por isso, sindicatos já recorreram ao STF para invalidar a medida provisória, alegando sua inconstitucionalidade. “Estamos em um momento de insegurança jurídica, as empresas não sabem se devem ou não descontar a contribuição”, disse Silva, que tem entre seus clientes companhias que negociaram o recolhimento da contribuição em folha. A Folha consultou os principais bancos do país. Bradesco, Itaú e Santander disseram que a Febraban, que representa o setor, se manifestaria. Via assessoria, a federação disse que os bancos cumprem a lei trabalhista em vigor e que não comentaria sobre a MP. A Vale informou que interrompeu em fevereiro o recolhimento da cota negocial.

Metade dos casos de dengue em São Paulo estão em 10 cidades

Dez municípios concentram mais da metade dos casos de dengue no estado de São Paulo. Levantamento do Agora com prefeituras e com o governo estadual mostra que essas cidades tiveram mais de 52 mil casos confirmados da doença este ano. No último balanço geral divulgado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde), em 15 de abril, o total em São Paulo era de 85 mil registros, mas o número deve ser maior, pois números de casos dispararam em uma semana em vários municípios. No ano passado, em todo o estado foram registrados 15 mil casos. As cidades mais atingidas estão no interior. Segundo o médico Marcos Boulos, assessor especial de doenças transmissíveis da SES, isso ocorreu sobretudo por conta de condições geográficas. “No interior faz mais calor e chove mais. Isso cria condições favoráveis à proliferação do mosquito”, diz, apontando que a urbanização de capitais afasta o Aedes aegypti. A campeã do estado em número de casos, Bauru (329 km de SP), vive o seu pior surto da doença na história, com 13,6 mil confirmações na segunda-feira passada. A cidade também lidera o ranking nacional, segundo o Ministério da Saúde. Doze pessoas morreram por conta da dengue e outros oito casos esperam confirmação. Em comparação com 2015, quando Bauru teve a sua última epidemia da doença, foram registrados 8,5 mil casos em todo o ano e seis mortes. A crise ocorre porque, pela primeira vez, o tipo 2 da doença começou a circular em grande escala, diz Boulos. “É um vírus novo, para o qual a maior parte da população ainda não é imune”, afirma o médico, ressaltando que não houve aumento no número de mosquitos transmissores. Em Campinas (93 km de SP), em apenas uma semana o número de casos confirmados de dengue passou de 2,7 mil confirmações para 5,5 mil, ou seja, dobrou desde o último dia 15.

‘Dengário’

Em Araraquara (275 km da capital), a prefeitura teve que abrir “dengários” para desafogar as duas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da cidade, sobrecarregadas por conta dos atendimentos aos pacientes com suspeita de dengue. A média é de 200 atendimentos por dia nessas unidades. Na segunda-feira passada (22), a Secretaria de Saúde do município divulgou balanço com confirmação de mais de 8 mil casos da doença desde o início do ano _só na última semana foram 582 novas confirmações. Ao menos cinco pessoas já morreram devido ao surto em Araraquara. A moradora da cidade Eliane de Almeida, de 36 anos, mãe de uma menina de 12 anos que teve dengue recentemente, acredita que o número seja ainda mais alto. “Muita gente acha que não é grave e não vai ao médico. Outras, que já tiveram a doença antes, reconhecem os sintomas e também não procuram”, disse Eliane, que tem um tio que ficou doente e não foi ao médico. O especialista Marcos Boulos alerta diz que a reincidência da dengue facilita a evolução para quadros mais graves. “Como é um novo vírus, muita gente vai pegar a doença de novo”, diz.

Veja as cidades com mais casos

  1. Bauru – 13,6 mil casos
  2. Araraquara – 8.000 casos
  3. Rio Preto – 8.000 casos
  4. Campinas – 5.500 casos
  5. Andradina – 3.400 casos
  6. Barretos – 3.200 casos
  7. São Joaquim da Barra – 2.700 casos
  8. São Paulo – 3.100 casos
  9. Birigui – 2.500 casos
  10. Fernandópolis – 2.200 casos

Brasil não adotará sistema chileno, diz propaganda de Guedes

O Ministério da Economia seguirá insistindo na campanha para a aprovação de um sistema de capitalização para a Previdência —apesar das fortes resistências que o assunto encontra no Congresso. A ideia é mostrar que o modelo pretendido não é exatamente igual ao do Chile. Em primeiro lugar, porque ele não acabará com os regimes já existentes de aposentadorias e benefícios.

PISO

Nos materiais de propaganda da capitalização que estão sendo feitos pela pasta, está dito também que, ao contrário dos chilenos, os brasileiros terão garantido “salário mínimo, mesmo que a pessoa não consiga poupar o suficiente”.

PISO 2

No Chile, a maioria da população de idosos acabou recebendo a metade de um salário mínimo quando foi se aposentar —e o modelo agora está sendo revisto. “O Brasil não adotará o sistema chileno”, repisa o material do Ministério da Economia.

DE TODOS

Um outro ponto crucial é que, no Chile, não há contribuição patronal para a aposentadoria —o empregado arca com tudo. “O trabalhador não contribuirá sozinho”, diz um dos materiais do ministério.

SINAL VERMELHO

presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) já afirmou publicamente que, sem prever contribuição patronal, o projeto não anda no parlamento.

MODELO

A pasta ainda estuda uma alternativa à contribuição dos empregadores. O ministro Paulo Guedes prefere um modelo que não onere a folha de pagamento das empresas —pois isso, diz ele, inibe a criação de novos postos de trabalho.

MODELO 2

Uma das possibilidades é a criação de um tributo específico —por exemplo, sobre os dividendos das empresas.

PÁGINAS

A revista Ocas vai voltar. A última edição foi publicada em maio de 2018. Agora, o ator Cauã Reymond será a capa da publicação, que é vendida por pessoas em situação de rua ou em vulnerabilidade social em pontos culturais de São Paulo e do Rio de Janeiro.  

TRILHA SONORA

Tulipa Ruiz (à dir.) cantará no espetáculo “Cebola – Cascas de um Todo”, da Clarín Cia de Dança; a bailarina Rafi Sousa (à esq.) participa da apresentação que integra a terceira edição do Festival Abril Para Dança,  promovido pela Secretaria Municipal de Cultura de SP

EM ALTA

E uma pesquisa feita a partir da análise das postagens de deputados nas redes sociais mostra que aumentou o número dos que se manifestam favoravelmente à reforma —de 78 no mês passado para 108 em abril, ou 21% do total.

EM BAIXA

O número de deputados que se dizem contra alterações na Previdênciatambém subiu —de 117 para 137, ou 26,7% do total.

MURO

Do restante, 168 (32,7%) estão indecisos (manifestam-se a favor de alguma reforma, mas criticam pontos da que foi apresentada pelo governo) e cem (19,5%) ainda não se manifestaram.

NA HORA

A pesquisa é da startup Arquimedes, que atualiza os números em tempo real.  

SEM MENTIRAS

O diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki e a cineasta Beth Sá Freire foram à abertura do 24º Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade, na última quarta (3), no Auditório Ibirapuera. A empresária Ticha Gregori e o fundador e diretor do evento, Amir Labaki, também passaram por lá.

EM TEMPO

Depois de emagrecer 47 kg, a apresentadora Silvia Poppovic fez um lifting. O cirurgião Marcelo Araújo antecipou os procedimentos para que ela pudesse estar pronta para o programa “Aqui na Band”, que estreia na emissora no fim do mês.

DE TUDO

A atração, que será apresentada também pelo jornalista Luís Ernesto Lacombe, vai falar de economia doméstica, gastronomia e saúde.

ASSIM, NÃO

O deputado estadual Campos Machado (PTB-SP) protocolou na quinta (4) um decreto legislativo para suspender o aluguel de dependências dos palácios do governo pela administração de João Doria.

VALOR

O texto diz que os imóveis “não podem ser objeto de uso de eventos sociais particulares, ainda que sendo remunerados, pois quantia nenhuma seria equivalente à importância do valor cultural ali inserido”.

ESTRADA

O governo diz que o decreto “apenas atualizou os valores de locação de áreas dos palácios” e que “o aluguel é permitido e praticado há 12 anos”. Acrescenta que a medida proposta pelo deputado não pode suspender decretos que tratam da gestão dos palácios.

ACERVO

A Pinacoteca de SP recebeu doações de obras adquiridas no primeiro dia da SP-Arte. As peças passarão a integrar a coleção do museu.

ACERVO 2

Entre elas, uma obra de Lenora de Barros, doada por Ana Eliza Setubal, um vídeo de Sonia Andrade, doação de Renata di Paula, uma escultura de José Bento, comprada por Cleusa Garfinkel, e um bordado de Randolpho Lamonier, adquirido por Esther e Ricardo Constantino.   O jornalista Eduardo Reina lançou o livro “Cativeiro Sem Fim” na semana passada, no Centro Universitário Maria Antonia. O também jornalista Bernardo Kucinski e a procuradora da República Eugênia Gonzaga compareceram.

CURTO-CIRCUITO

Vai até o dia 8 de maio a campanha de arrecadação de verbas para a publicação do livro de cartões destacáveis “Livres e Iguais!”. O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot participa da Jornada Luso-Brasileira de Combate à Corrupção, em Lisboa, em Portugal. A APET Engenharia completa 30 anos de existência neste mês. O Nobel de Química Sir Fraser Stoddart vem ao Brasil para uma série de palestras a convite da AstraZeneca. com BRUNA NARCIZOBRUNO B. SORAGGI e VICTORIA AZEVEDO    

PEC do Orçamento é ameaça ao teto de gastos

  Segundo projeções da IFI (Instituição Fiscal Independente), o teto de gastos, que limita o crescimento da despesa da União, pode ser descumprido ou a máquina pública sofrerá uma paralisação no ano que vem, caso o Senado aprove a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que retira do governo poder sobre o Orçamento.PEC aprovada na Câmara na terça-feira (26) torna o Orçamento mais engessado, pois classifica como obrigatório o pagamento de despesas que hoje podem ser adiadas, principalmente em investimentos. Em outras palavras, amplia o que se conhece como Orçamento impositivo, pois vai obrigar o Poder Executivo a fazer gastos com investimentos e emendas apresentadas por bancadas do Legislativo. Em nota técnica divulgada nesta quarta-feira (27), a IFI detalha que a proposta torna constitucionalmente obrigatório destinar a emendas de bancada estadual o equivalente a 1% da RCL (Receita Corrente Líquida) do ano anterior ao início de vigência da PEC. O texto original da PEC do Orçamento, que é de 2015, foi alterado para incluir uma regra de correção baseada no teto de gastos —ou seja a inflação. Por esse mecanismo, a partir do segundo ano, os valores nominais das emendas serão corrigidos pelo IPCA, índice oficial de inflação. A IFI já vinha estimando que a regra do teto poderia ser descumprida em 2021. A PEC do Orçamento agrava o cenário dentro de alguns critérios. Caso o governo consiga neste ano os recursos da chamada cessão onerosa do petróleo, haverá uma arrecadação extra de R$ 100 bilhões. Nesse cenário, a receita iria a R$ 953,7 bilhões e as emendas de bancadas teriam direito constitucional a cerca de R$ 9,5 bilhões. Como o espaço para cumprimento do teto de gastos é cada vez menor, dada a evolução das despesas obrigatórias, assim, para a IFI haveria um aumento no risco de descumprimento do teto de gastos já em 2020 ou de paralisação da máquina pública.

Michel Temer e Moreira Franco passam 1ª noite em prisões no RJ

O ex-presidente Michel Temer deve depor à Polícia Federal nesta sexta-feira (22). Alvo da Lava Jato do Rio, Temer e Moreira Franco, ex-governador do Rio de Janeiro e ex-ministro, passaram a primeira noite na prisão.

A defesa de Temer recorreu ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), que pode julgar também nesta sexta o pedido de habeas corpus.

Resumo

  • Michel Temer e mais 9 pessoas foram presas na Operação Descontaminação
  • O ex-presidente é acusado de liderar uma organização criminosa que teria negociado R$ 1,8 bilhão em propina
  • A operação teve como base a delação do dono da Engevix e investigações sobre obras da usina nuclear de Angra 3
  • A defesa diz que nada foi provado contra Temer e que a prisão constitui um “atentado ao Estado democrático de Direito”
  • Os advogados de Temer entraram com pedido de habeas corpus, que pode ser julgado nesta sexta

Noite na prisão

O ex-presidente está preso na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, em uma sala da corregedoria, no terceiro andar do prédio. É uma das poucas salas no edifício com banheiro privativo. O local tem frigobar, ar-condicionado e cerca de 20 m². Será instalada uma TV na sala.

Temer estava em São Paulo quando foi preso pelos agentes. Logo depois, ele foi transferido para o Rio.

Já Moreira Franco foi preso nas proximidades do Aeroporto Tom Jobim e ficará detido na mesma unidade em que está o ex-governador Luiz Fernando Pezão, a Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói.

Inicialmente, Bretas também decidiu que Temer ficasse na unidade em que está Moreira Franco. Mas, após pedido da defesa e aval da PF, o juiz mandou que Temer ficasse na Superintendência da Polícia Federal do Rio. Bretas usou como argumento que Temer deve ter os mesmos direitos que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso na Superintendência da PF de Curitiba.

Na noite de quinta, Temer recebeu a visita do aliado Carlos Marun, ex-ministro da Secretaria de Governo. Ele conseguiu entrar mesmo sem ser um dos advogados de Temer. “O presidente encontra-se, obviamente, surpreso, indignado. É um homem que tem conhecimento jurídico, conhece o direito e sabe da absoluta improcedência, irrazoabilidade e ilegalidade da decisão judicial que determinou a prisão preventiva.” O ex-ministro disse que Temer está sendo tratado com dignidade e respeito.

No total, foram cumpridos 10 mandados de prisão, entre eles contra João Batista Lima Filho (coronel Lima), amigo pessoal de Temer e dono da empresa Argeplan. Coronel Lima também ficará na Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói.

Os outros presos na Operação Descontaminação serão levados para o complexo penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.

Presos na Operação Descontaminação

  1. Michel Miguel Elias Temer Lulia, ex-presidente
  2. João Batista Lima Filho (coronel Lima), amigo de Temer e dono da Argeplan
  3. Wellington Moreira Franco, ex-ministro do governo Temer
  4. Maria Rita Fratezi, arquiteta e mulher do coronel Lima
  5. Carlos Alberto Costa, sócio do coronel Lima na Argeplan
  6. Carlos Alberto Costa Filho, diretor da Argeplan e filho de Carlos Alberto Costa
  7. Vanderlei de Natale, sócio da Construbase
  8. Carlos Alberto Montenegro Gallo, administrador da empresa CG IMPEX
  9. Rodrigo Castro Alves Neves, responsável pela Alumi Publicidades
  10. Carlos Jorge Zimmermann, representante da empresa finlandesa-sueca AF Consult

Organização criminosa

De acordo com a investigação, Temer é suspeito de liderar uma organização criminosa para desvios de dinheiro público que atua há 40 anos no Rio. O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro afirma que a soma dos valores de propinas recebidas ou prometidas ao suposto grupo chefiado pelo ex-presidente Michel Temer ultrapassa R$ 1,8 bilhão.

Além disso, os procuradores da República sustentam que os investigados monitoravam agentes da Polícia Federal.

De acordo com a PF, a investigação decorreu de elementos colhidos nas operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade, embasadas em colaboração premiada firmada polícia. Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, resultado da investigação sobre obras da usina nuclear de Angra 3, administrada pela estatal Eletronuclear.

A procuradora da República Fabiana Schneider, que também integra a força-tarefa da Lava Jato no Rio, detalhou alguns dos crimes detectados na investigação.

“O que foi verificado é que o coronel Lima, desde a década de 1980, já atua na Argeplan. É possível ver o crescimento da empresa a partir da atuação de Michel Temer. (…) Existe uma planilha que demonstra que promessas de pagamentos foram feitas ao longo de 20 anos para a sigla MT – ou seja, Michel Temer”, justificou a procuradora.

Também segundo Schneider, foi verificado por meio de escutas telefônicas que coronel Lima, amigo de Temer, “era a pessoa que intermediava as entregas de dinheiro a Michel Temer”. “Não há dúvidas quanto a isso”, disse a procuradora.

Investigações da PF e do MPF também demonstram que há fortes indícios de que a reforma no apartamento de Maristela Temer, filha do ex-presidente Michel Temer, foi feita com dinheiro de propina.

Em fórum extremista, atiradores pediram ‘dicas’ para atacar escola

  Os atiradores que mataram 10 pessoas e depois se suicidaram em uma escola em Suzano, a 50 km de São Paulo, nesta quarta-feira (13), utilizaram uma das comunidades mais extremistas do Brasil para juntar dicas e fazer planos para o ataque. No fórum chamado Dogolochan, os jovens agradeceram a ajuda, e deixaram rastros para avisar seus colegas virtuais do massacre que estava por vir. O fórum é conhecido como um local onde são discutidos abertamente a prática de crimes, violação de direitos humanos, além de racismo e misoginia. Tópicos do fórum mostram que Luiz Henrique de Castro, 26 anos; e Guilherme Taucci Monteiro, 17, pediram dicas de como realizar o massacre. Um print datado do último dia 7 mostra o que parece ser um dos atiradores agradecendo DPR, o administrador do Dogolachan pelos conselhos recebidos. “Muito obrigado pelos conselhos e orientações, DPR. Esperamos do fundo dos nossos corações não cometer esse ato em vão. (…) Nascemos falhos, mas partiremos como heróis. (…) Ficamos espantados com a qualidade, digna de filmes de Hollywood”, diz a mensagem. Em outras mensagens no Dogolachan, usuários se questionam se os atiradores eram integrantes do fórum e a resposta dada por um dos administradores foi positiva. “Eles eram daqui do fórum, não?”, pergunta um deles, no que DPR (o administrador) responde: Não fiquem citando, mas era confrades daqui, sim. Logo vão encontrar algo em poder deles (…)”. Segundo as mensagens, o sinal de que os preparativos para o ataque estavam prontos envolviam a publicação de um tópico com a letra de uma música conhecida dos integrantes do Dogolachan, aproximadamente três dias antes do crime. A publicação foi feita na última segunda (11), às 4h31, segundo registros do próprio fórum. Um tópico com as dicas pedidas pelos atiradores enquanto planejavam o massacre foi classificado como secreto por DPR, que mudou sua URL para não ser achado em futuras investigações de autoridades. O próprio administrador, posteriormente, deu alguns detalhes de como ajudou os dois atiradores a conseguirem armas, além de descrever Guilherme como um “um bom garoto que acabou descobrindo da pior forma possível que brincadeiras podem ser tornar pesadelos reais”. Segundo o mesmo texto de DPR, o “Luiz entrou em contato para buscar um canal onde ele obtivesse fácil acesso a um revolver calibre 22”, e logo depois lhe apresentou Guilherme. Ele encerra a publicação afirmando que as conversas foram deletadas e jamais irá revelar o teor exato delas. Mais tarde, DPR, o administrador, descreveu trocas de e-mails com Luiz, que teria interesse em comprar uma arma com facilidade, e que também foi apresentado à Guilherme por Luiz. Segundo o administrador, Luiz era conhecido no fórum como “luhkrcher666”, e Guilherme como “1guY-55chaN”. DPR diz ainda que cortou o contato com Luiz por e-mail pois ele deixava muitos “rastros” digitais, que facilitariam a identificação de todos os membros. Por fim, DPR diz que Luiz era um “rapaz injustiçado”, enquanto Guilherme, de apenas 17 anos, era “inocente a ponto de transparecer sua natureza completamente infantil”. Ele afirma que todas as conversas foram deletadas e jamais irá revelar o teor exato delas. Fórum anônimo O Dogolachan foi criado em 2013 pelo hacker Marcelo Valle Silveira Mello, também conhecido como Psy ou Batoré. Mello é conhecido por crimes de ódio e foi a primeira pessoa condenada pela Justiça do Brasil por crime de racismo na internet, em 2009. Ele se posicionou contra as cotas raciais de maneira preconceituosa e foi condenado a um ano e dois meses de prisão. Rastrear as atividades do fórum é difícil, após ele ter sido movido para a Deep Web, onde só é possível acessá-lo através do aplicativo TOR, que confere anonimato para seus usuários. Até maio de 2018 o site era comandado por Marcelo Valle, preso no dia 10 na Operação Bravata, da Polícia Federal. Desde então, DPR se tornou o administrador principal e tornou o fórum ainda mais rodeado de sigilo. O fórum está ligado também ao Massacre de Realengo, onde Wellington Menezes de Oliveira — considerado um herói no Dogolachan — matou 12 crianças, antes de se matar.  

Acidente entre carreta e carro na Via Dutra deixa um morto e dois feridos

Um grave acidente envolvendo um carro e uma carreta deixou uma pessoa morta e duas feridas na madrugada desta quinta-feira (28) na Rodovia Presidente Dutra em Guarulhos, na Grande São Paulo.

O acidente ocorreu na altura do km 277, por volta das 3h30, no sentido Rio de Janeiro, perto da alça de acesso da rodovia Fernão Dias, no sentido Minas Gerais.

O motorista do carro disse à polícia que estacionou no acostamento da rodovia por causa de uma pane e estava esperando amanhecer para buscar ajuda. Já o motorista da carreta disse que não viu o carro estacionado porque não tinha sinalização.

Os dois motoristas fizeram teste do bafômetro que não constatou consumo de bebida alcoólica.

Por volta das 12h, a rodovia tinha 3 km de lentidão no sentido da Fernão Dias. O caminhão continua no local esperando a chegada de um guincho para retirá-lo.

O motorista da carreta, que não se feriu, contou que saiu no km 227 da Via Dutra para a alça de acesso da Fernão Dias quando se deparou com um carro parado com as luzes apagadas, tentou desviar, não conseguiu, bateu no carro e caiu no rio. O carro pegou fogo.

A cabine da carreta caiu no Rio Cabuçu de Cima, que passa debaixo da alça de acesso da Dutra para a Fernão Dias e o veículo ficou pendurado no guard-rail.

Dos três passageiros que estavam no carro, uma mulher morreu carbonizada, um homem teve 80% do corpo carbonizado e a terceira vítima, que não identificada, ficou ferida.

As vítimas foram levadas para Hospital de Guarulhos e do Tatuapé.

Bolsonaro pede ao Supremo que ignore parecer de Temer sobre caminhoneiros

O governo Jair Bolsonaro (PSL) rejeitou, em ofício ao STF (Supremo Tribunal Federal), um parecer que a gestão Michel Temer (MDB) elaborou contra a paralisação dos caminhoneiros de 2018.

O documento foi encaminhado à corte pela Seprac (Secretaria de Promoção da Produtividade e Advocacia da Concorrência), do antigo Ministério da Fazenda.

Segundo o parecer do governo Temer, o movimento dos caminhoneiros conspirou contra o bem-estar social, abusou do direito de greve, coagiu o governo federal, feriu a livre concorrência e institucionalizou um cartel (combinação de preços).

Ao Supremo, o governo Bolsonaro afirmou que os argumentos “não podem ser considerados como entendimento desta Secretaria Especial”.

Para o atual secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, “os subsídios apresentados [no parecer da gestão Temer] não refletem a opinião do governo do presidente Jair Bolsonaro”.

Ainda pré-candidato à Presidência na época em que as estradas foram bloqueadas, Bolsonaro deu apoio aos caminhoneiros paralisados. Na época, ele havia prometido revogar eventuais multas se fosse eleito.

Pouco depois, porém, Bolsonaro passou a criticar os bloqueios quando o efeito do desabastecimento em centros urbanos recrudesceu. 

A paralisação durou onze dias.

Em entrevista à Folha, na ocasião, Bolsonaro disse que acompanhava o movimento dos caminhoneiros havia dois anos e já conhecia suas reivindicações.

A intervenção militar foi uma das bandeiras que emergiram dos protestos nas rodovias em todo o país, manifestação que Bolsonaro rejeitou na ocasião.

Tanto o parecer da gestão Temer quanto o ofício da gestão Bolsonaro foram protocolados no Supremo neste ano.

Eles constam de ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) que questiona a tabela do frete, instituída por meio de MP (medida provisória) para pôr fim à paralisação dos caminheiros. 

O processo contra a tabela do frete está sob relatoria do ministro Luiz Fux.

O parecer da gestão Temer foi encaminhado também ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e ao MPF (Ministério Público Federal).

Os órgãos apuram a prática de greve abusiva. São apontados 24 representantes dos caminhoneiros que participaram do acordo com o governo em maio de 2018.

Os órgãos apuram a prática de greve abusiva. São apontados 24 representantes dos caminhoneiros que participaram do acordo com o governo em maio de 2018.

Para a Seprac, os subsídios do parecer “sustentam a realização de investigações para apurar prática anticompetitiva de, no exercício abusivo do direito de greve, conspirar para coagir autoridades públicas à edição de legislação que lhes garanta benefícios econômicos, em detrimento do bem-estar social”.

Segundo o órgão, a paralisação levou a “efeitos anticompetitivos claros derivados do tabelamento de preços e de reserva de mercado”.

A Seprac, no parecer, refere-se a duas MPs editadas por Temer: a da tabela do frete mínimo e a de reserva de 30% dos contratos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para caminhoneiros autônomos.

O órgão federal também traz exemplos de direito internacional para subsidiar Cade, MPF e Supremo.

As reivindicações foram atendidas, no entendimento da Seprac, por causa de coação e as leis não têm natureza pública, mas sim privada “em razão de materializar a vontade dos conspiradores”.

Por fim, o órgão afirma que encaminha os subsídios no parecer “no intuito de contribuir com o esforço de apuração das condutas citadas, tanto para a imposição de sanção administrativa, quanto para a imposição de penalidade criminal”.

Procurada, a assessoria de imprensa de Costa afirmou que o tema está sendo reavaliado e não há data para a divulgação de novo parecer.

“Faz-se necessário esclarecer que o parecer da Seae (Secretaria da Advocacia da Concorrência e da Competitividade) não reflete a opinião do governo em si”, informou a assessoria.

“O parecer é técnico e subsidia o governo com informações, como dito, sob a ótica da defesa da concorrência”, afirmou, em nota.

Bolsonaro vai ‘amaciar terreno’ no Congresso e Previdência pode ser aprovada em agosto, diz Mourão

Assim que se recuperar da cirurgia que retirou a bolsa de colostomia, o presidente Jair Bolsonaro vai chamar as bancadas e líderes de partidos para discutir os ajustes finais da reforma da Previdência.

Segundo o blog apurou com ministros do governo, o presidente quer uma “conciliação” na questão da idade para a aposentadoria.

A expectativa do Palácio do Planalto é a de que o presidente tenha alta no final desta semana.

O vice-presidente Hamilton Mourão disse ao blog neste domingo (10) que conversou com o presidente e se surpreendeu com sua “rápida recuperação”.

“Até brinquei com ele que estava indo a um churrasco e ele: ‘Poxa! Assim você acaba comigo, eu aqui no hospital!'”, afirmou Mourão.

Sobre a reforma da Previdência, Mourão disse que, quando o presidente conversar com as bancadas, o gesto dará uma “amaciada no terreno” para a aprovação da reforma.

Na previsão dele, se houver uma “concertação” com os políticos, a Previdência estará aprovada em agosto – na Câmara e no Senado.

“Precisa ter a articulação política e uma comunicação eficaz – não só para a população, mas para os congressistas, para aqueles que não entendem a realidade. É um problema de todos, a bomba está armada. Todo mundo precisa ajudar”, disse Mourão ao blog.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse à reportagem que ainda não há definição do relator da reforma da previdência na Casa.

Afastamentos de trabalhadores por doença aumentam 6% em 2018

A concessão de auxílio para trabalhadores que tiveram complicações de saúde relacionadas à atividade subiu cerca de 6% ano passado, na comparação com 2017.
O valor pago subiu em proporção maior, de 9,3%. Houve criação de 530 mil empregos em 2018, e isso pode ter influenciado o número de concessões, segundo o economista especializado em Previdência Pedro Nery. “Todos os benefícios ligados ao setor formal aumentam quando há uma melhora no índice de desemprego.” Uma mudança de 6% é uma oscilação normal, de acordo com Francisco Eduardo Cardoso Alves, da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social. “Foi apenas um ano, não é uma alta sustentada, como a que vem ocorrendo na concessão de outros benefícios.” A quantidade de acidentes de trabalho que causam afastamento remunerado pela Previdência está aquém dos parâmetros anteriores à crise. O número de 2018 é o equivalente a 66% do verificado em 2013, por exemplo. O gerenciamento do INSS influencia as autorizações dadas, segundo Andre Marques Rebelo, economista da Fiesp. “Existem zonas cinzentas na avaliação da necessidade [do afastamento remunerado]. Uma gestão mais paternalista libera mais, e há momentos em que se ordena que haja mais parcimônia”, afirma Rebelo. Sem trocar seis por meia dúzia A oferta de novas vagas cresceu e superou o número de postos abertos para repor a saída de funcionários neste início de ano, de acordo com consultorias de recrutamento. Os empregos ligados a criação de cargos chegaram a representar apenas 15% de todas as posições em aberto no auge da recessão, segundo o diretor-geral da Michael Page, Ricardo Basaglia. “No último mês as novas vagas já são mais da metade de todas as que cobrimos. A previsão, com base nas nossas conversas com clientes, é que esse percentual chegue a 65% até o fim de 2019.” A busca de companhias por novos funcionários de média e alta gerência cresceu cerca de 30% de dezembro a janeiro deste ano na Randstad, de acordo com Juliano Gonçalves, diretor da consultoria. “Esse é um movimento generalizado, mas alguns setores são sempre mais afetados, como o de alimentos, o químico e o automotivo.” A estimativa é que 80% das vagas atuais seja para expansão, segundo Gonçalves. “Normalmente, no Brasil, o movimento de novas contratações começa após o Carnaval, mas neste ano a variação tem sido atípica.” Rio Energy investe R$ 700 milhões em expansão de parque eólico A Rio Energy vai investir cerca de R$ 700 milhões para expandir seu parque de geração eólica no município de Morro do Chapéu (BA). A central tem uma capacidade instalada de 223 MW e entrou em operação no fim do ano passado. Com o novo aporte, serão adicionados 144 MW de potência. A empresa venceu um leilão de reserva em 2015 que demandará toda a energia gerada com a parte do parque eólico que já funciona. O plano agora é usar as novas instalações para começar a vender energia também no mercado livre, onde grandes consumidores podem escolher de quem comprar, segundo o diretor de finanças Roberto Colindres. A base acionária da Rio Energy é de um fundo de private equity dos EUA, o Denham Capital, que recebe recursos de investidores institucionais globais. R$ 2,9 bilhões já foram investidos pela Rio Energy 2,6 GW é a capacidade dos projetos concluídos ou em andamento O grupo hoteleiro Slaviero passará a administrar também shopping centers e outros tipos de empreendimento, de acordo com o presidente da marca, Eduardo Campos. O primeiro projeto que será assumido pela companhia será um complexo de escritórios, comércio e hotéis com inauguração prevista para março em Campina Grande (PB). O investimento total é de R$ 160 milhões. “Estamos em busca de mais estruturas assim, que são interessantes por diversificar nosso negócio. Já teremos um outro em Manaus, também com um pequeno shopping anexo”, afirma Campos. A empresa tem dez contratos assinados de gestão de hotéis. Cinco deles deverão começar a funcionar neste ano, segundo o executivo. “Só no primeiro semestre vamos abrir também em Curitiba e São José dos Pinhais (PR).” 26 são os hotéis da Slaviero em funcionamento 1.200 são os funcionários   Dimensão do efeito Programas governamentais para financiamento habitacional têm o potencial de elevar o emprego no setor da construção em cerca de 15%, de acordo com uma pesquisa da revista de economia da FGV. O estudo comparou cidades que não receberam recursos do antigo Programa de Arrendamento Habitacional, que começou a vigorar em 2001, com municípios semelhantes que foram atendidos. “O efeito isolado desse tipo de política pública é de um aumento entre 13,4% e 16,8% no emprego na construção civil durante os três primeiros anos, o que consideramos significativo”, afirma o pesquisador Fábio Nishimura. Financiar moradia também faz subir os salários dos profissionais do setor a uma proporção de 5,2% a 8,2%. O efeito na remuneração, no entanto, demora mais para ocorrer que na empregabilidade no segmento.   Sinistro O preço dos seguros de automóvel em Fortaleza subiu 10,5% entre dezembro e janeiro, desde que se iniciaram as ondas de ataques no estado, segundo a TEx, que fornece software para corretoras. Serviço gráfico A Printi, plataforma online de serviços de impressão, vai investir R$ 25 milhões em tecnologias para produção de embalagens personalizadas em tiragens baixas e com processo de venda digitalizado.    

Projeto fixa regras para Contran mudar processo de obtenção de CNH

Proposta em análise na Câmara dos Deputados estabelece que as determinações do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que impliquem reajustes de valores de taxas, multas ou arrecadação somente poderão passar a vigorar um ano após a data da publicação do ato. Ainda segundo o projeto de lei (PL 9805/18), os reajustes serão limitados ao índice de reajuste do salário mínimo. Apresentada pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), a proposta acrescenta artigo ao Código Brasileiro de Trânsito (Lei 9.503/97). O projeto também estabelece que as mudanças no processo de formação do candidato à obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) que alterem seu conteúdo didático-pedagógico, carga horária, avaliações, exames, execução e fiscalização deverão também observar o princípio da anualidade. Além disso, as mudanças deverão ser justificadas e acompanhadas de demonstrativo do impacto financeiro para os candidatos à habilitação, órgãos ou terceiros envolvidos no processo. Insegurança jurídica Para o parlamentar, a alteração constante dos conteúdos, carga horária e das avaliações, e exames do processo de concessão da CNH causa insegurança jurídica nos condutores. Ele ressalta que o processo de concessão da CNH é um dos mais caros do mundo, custando em média entre R$ 1.300 e R$ 2 mil, o que inviabilizaria o acesso de muitas pessoas à licença para dirigir. “Em 2017, dados dos próprios órgãos de trânsito indicam uma queda de 25% nos processos de habilitação, o que medidas de reajustes somente tendem a agravar, se não observarem critérios mínimos de estabelecimento dos valores, e prazo para sua entrada em vigor”, disse Lorenzoni. “Não é admissível que o Contran siga utilizando de suas prerrogativas, mediante critérios obscuros, para impor ônus ainda mais elevados para a obtenção de um documento essencial como a CNH, o que só parece interessar ao caixa para os governos ou para o aumento dos lucros de terceiros envolvidos no processo de concessão ou renovação do documento”, acrescentou. Tramitação A proposta será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta: